Dom Taveira: desigualdade social ainda é uma realidade na América Latina
Cidade do Vaticano
(RV) – Em seu discurso aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho Cor
Unum, no último sábado, o Papa Bento XVI voltou a alertar para os perigos do culto
às ideologias.
O ser humano não é um elemento anônimo na coletividade, disse
o Pontífice, mas uma pessoa singular e irrepetível. Ao se absolutizar o homem, todo
elo com a sociedade e com Deus se desfaz. Pensa que na afirmação de si mesmo pode
encontrar a sua felicidade. Mas na verdade, o resultado de tudo isso é uma dramática
solidão e o culto a ideologias.
Em especial, Bento XVI condenou o culto ao
lucro que o capitalismo impõe – lucro que gerou crises, desigualdades e miséria. Dentro
de uma perspectiva de um homem sem alma e, portanto, sem uma relação pessoal com o
Criador, afirma o Papa, o que é tecnicamente possível se torna moralmente lícito.
Mas é possível reverter esta lógico do lucro a todo custo ou se trata de uma
contradição? Quem nos responde é o Eng. Carlos Camargo, da Caritas arquidiocesana
de São Paulo, que estava presente na audiência com Bento XVI:
E a caridade
neste contexto? A adesão ao Evangelho imprime à caridade a sua forma tipicamente cristã
e constitui o seu princípio de discernimento. O cristão, em especial o que atua nos
organismos de caridade, deve deixar-se orientar pelos princípios da fé. Da Plenária
participou ainda o Arcebispo de Belém do Pará, Dom Alberto Taveira Corrêa, membro
do Cor Unum, e a ele perguntamos qual aspecto na América Latina, em especial no Brasil,
mais necessita de caridade: