As iniciativas
anunciadas pela administração americana para a limitação e o controlo da difusão e
do uso das armas são certamente um passo na justa direção. Pensa-se que os americanos
possuem hoje em dia cerca de 300 milhões de armas de fogo. Ninguém se pode iludir
que bastará limitar o número e uso das armas para impedir no futuro tragédias horrendas
como aquela de Newtown, que mexeu com a consciência americana e mundial e outras,
seja de crianças seja de adultos. Mas muito pior seria acontentar-se com palavras.
E se as tragédias são feitas por pessoas desequilibradas ou transtornadas pelo ódio,
não é de admirar que sejam feitas com armas. 47 lideres religiosos de varias confissões
e religiões enviaram um apelo aos deputados americanos para limitar as armas de fogo
que "estão a fazer pagar à sociedade um preço inaceitável em tragédias e mortes insensatas.
Estou com eles.
Mas enquanto a sociedade americana está ocupada com este debate
de obrigatório crescimento civil e moral, não é possível não alargar o nosso olhar
para recordar que as armas, em todo o mundo, serão também, em parte, um instrumento
de legítima defesa, mas, seguramente, são em todo o lado o instrumento principal para
levar a cabo ameaças, violências e morte. Por isso, é preciso repetir, sem nunca nos
cansarmos, os apelos para o desarmamento, para contrastar a produção, o comércio,
o comércio e o contrabando de armas de todo o tipo, alimentados por indignos interesses
económicos ou de poder. São bem vindos os resultados atingidos com a adesão às convenções
internacionais como por exemplo, a redução das minas anti-pessoais e dos testes nucleares.
Mas as armas são e serão sempre demasiadas. Como dizia o Papa quando voava para o
Líbano, todos estamos perturbados pelas tragédias na Síria, mas as armas continuam
a chegar. A paz nasce do coração mas será mais fácil atingi-la se tivermos menos armas
na mão.