2013-01-18 15:20:46

Patriarca sírio-católico aos cristãos: "Permaneçam no Oriente Médio"


Cidade do Vaticano (RV) - “Permaneçam no Oriente Médio”: é o apelo que o Patriarca sírio-católico Youssif Younan lançou aos cristãos que vivem naquela região, uma área que nos últimos anos conheceu a Primavera Árabe com inevitáveis repercussões na vida das pessoas. A este propósito o Patriarca expressou preocupação pelas violações dos direitos humanos e pela condição das minorias religiosas.

Na entrevista concedida ao programa Octava Dies, do Centro Televisivo Vaticano, o Patriarca afirmou que “os cristãos da região estão atravessando a fase mais crítica da história da Igreja. Mesmo com tudo o que se diz sobre a Primavera Árabe, os direitos humanos foram esquecidos”, denuncia.

O patriarca salientou a importância das orações e da solidariedade espiritual por parte da Igreja do Ocidente, especialmente nas exortações para que os cristãos que vivem no Oriente Médio tenham coragem e permaneçam fiéis aos princípios e valores cristãos. Ele enfatizou ainda a visita do Papa Bento XVI ao Líbano, em setembro, onde chamou os cristãos “a viverem plenamente o vínculo de verdadeira solidariedade na liberdade e na verdade, para que todos os povos do Oriente Médio possam viver juntos gozando de plena cidadania”.

Quando perguntado sobre o conflito na Síria, Dom Youssif Younan ressaltou que “os que sofrem são os inocentes que são feridos, que são mortos, as pessoas que fogem do país” e lançou um apelo aos poderosos do Ocidente “para serem mediadores da paz e da verdadeira reconciliação”. “Todos devemos procurar – como disse o Santo Padre – abandonar a violência para encontrar pontos de reconciliação, de diálogo, para que o país possa ser salvo”.

Em relação a situação vivida pelos cristãos no Iraque, o Patriarca disse que foi pedido ao governo iraquiano para que seja feito mais, “para que os cristãos se sintam no seu país como verdadeiros cidadãos e possam gozar plenamente dos seus direitos, porque todos tem direito de serem respeitados, independente da religião ou da etnia a que pertencem”.

Falando sobre a situação do Egito, onde a Irmandade Muçulmana mudou a Constituição, Dom Younan afirmou que “uma verdadeira democracia não é somente aquela numérica” e denunciou que “apesar de quererem demonstrar um aparente respeito aos outros, eles não são democráticos”. O Patriarca advetiu que "enquanto não houver um governo que separe política de religião, sempre existirão problemas, pois também no Islã não existe somente uma confissão ou uma única interpretação da Sharia, mas existem diversas”. “Como pastores da Igreja – salienta – não queremos entrar em questões políticas, pois o nosso dever é defender os direitos de todos.”

Por fim, exortou os cristãos da região: “Aos cristãos do Oriente Médio digo: Permaneçam onde estão, procurem mudar o sistema de uma forma democrática e tenham a coragem de fazer conhecer os vossos direitos e esperar sempre que a verdade vença!” (JE)








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