Bamako (RV) – No sexto dia de ataques aéreos franceses, o arcebispo de Bamako,
Dom Jean Zerbo, pediu ajudas para dar assistência ao crescente número de refugiados,
curar os feridos e ajudar quem está combatendo no campo.
Os últimos dados
das Nações Unidas afirmam que há 150 mil pessoas procurando abrigo em países vizinhos:
54.100 na Mauritânia, 50.000 no Níger, 38.000 em Burquina-Fasso e 1.500 na Argélia.
Os deslocados dentro do próprio país são 230.000. Para enfrentar esta emergência,
o Programa de Alimentos da ONU (PAM) calcula precisar de pelo menos 129 milhões de
dólares.
“A necessidade de alimentos, água potável, kits de higiene, medicamentos
contra a malária e bens de primeira necessidade vai aumentar, considerando a estação
fria e úmida, que complica também as ações humanitárias” – prossegue o arcebispo,
que é o Presidente da Caritas Mali.
Em relação a seu pedido da abertura urgente
de corredores humanitários, o assessor de imprensa da Caritas Mali, Gaston Goro, informa
que qualquer intervenção neste momento “é impossível devido às difíceis condições
de segurança e ao fechamento das estradas por causa de operações militares”.
“Um novo período de sofrimento está começando para a população de Mali. Precisamos
de todo tipo de apoio” – reitera Dom Zerbo.
Segundo o Secretário da Conferência
Episcopal, Dom Edmond Dembele, em declarações à imprensa dias atrás, “após a tomada
da cidade de Konna pelos reledes islâmicos, em 10 de janeiro, a população ficou com
medo de que a ofensiva pudesse chegar ao sul do país. A intervenção militar francesa
deteve o avanço do movimento jihadista e reconquistou a cidade de Khona, enquanto
a aviação continuou a atingir posições dos rebeldes em diversas zonas no norte de
Mali”.
“A Igreja na área de Mopti – o mais importante centro próximo às zonas
de combate – está procurando ajudar os refugiados”. CM)