"Dez faces do trabalho da luta pelos Direitos Humanos no Brasil" traz depoimentos
de ativistas em diversas áreas sociais
Brasília (RV) - "Dez Faces do Trabalho da luta pelos Direitos Humanos no Brasil"
é uma publicação lançada no final de 2012 no Brasil, com o apoio da Organização das
Nações Unidas.
Os dez protagonistas que relatam suas histórias na edição deste
ano, estão espalhados por diferentes estados brasileiros. O que eles têm em comum
é o engajamento em questões que os transformam em alvos - a defesa dos menores infratores,
a luta pela terra e até o combate ao crime organizado. Por isto, são pessoas incluídas
do Programa de Proteção a Testemunha.
O religioso italiano Saverio Paolillo,
mais conhecido como Pe. Xavier, é coordenador da Pastoral do Menor, em Serra, no Espírito
Santo. Desde 1985 defende os direitos das crianças e adolescentes. No seu depoimento,
ele lamenta que o seu trabalho seja mal visto: "o trabalho do militante dos direitos
humanos é incompreendido. Ele sofre uma pressão psicológica muito forte. O olhar sobre
ele é muito negativo. Fala-se mal publicamente dele o tempo todo. É acusado de ‘defender
bandido’ ", explicou.
Já o líder indígena Guarani-kaiowá, Eliseu Lopes, é
coordenador da Mobilização e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e desde 2007
luta pela recuperação da terra que pertencia a seus antepassados. Ele relata na publicação
as dificuldades vividas por seu povo e lamenta a morte de 4 crianças, por desnutrição,
em 2010.
Com um perfil diferente dos demais, o juiz Gledson de Lima Pinheiro,
da 3ª Vara Criminal de Caruaru (PE), magistrado desde 24 anos, passou a integrar
a lista por sua atuação em uma investigação contra um grupo composto também por policiais
e que traficava e matava. "Foi um trabalho de um ano, sob constantes ameaças", disse
o juiz.
Na edição 2012 também estão os relatos da religiosa Leonora Brunetto,
da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, e atuante na Pastoral da Terra
no Norte do Mato Grosso; de uma sindicalista que luta pela terra no Pará; de um líder
Quilombola de Minas Gerais; de um ativista comunitário no Ceará; de um militante sem-teto
em Manaus; de um pescador no Rio de Janeiro, além do Cacique Balau, da região de
Ilhéus, Bahia.
O trabalho foi editado com o apoio da Embaixada do Reino dos
Países Baixos, da delegação da União Europeia no Brasil e da Secretaria dos Direitos
Humanos do governo Brasileiro.(JE)