Conselho de Segurança da ONU apoia a intervenção militar francesa no Mali
O Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiou por unanimidade a intervenção militar
francesa no Mali para impedir o avanço dos grupos de rebeldes islamistas que tomaram
o Norte do país. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse esperar que a intervenção
ajude a devolver ao Mali a “ordem constitucional e a integridade territorial”. Milhares
de soldados africanos deverão "ao longo dos próximos dias e semanas" juntar-se aos
franceses que estão a apoiar as forças do Mali, disse o embaixador francês nas Nações
Unidas, Gerard Araud, depois da reunião de emergência do Conselho de Segurança desta
segunda-feira, em Nova Iorque. Araud lembrou ainda que é importante que sejam também
enviadas forças do Oeste Africano “o mais rápido possível”. A França decidiu intervir
no Mali na sexta-feira passada, por causa dos avanços dos combatentes islamistas que
controlam as províncias do Norte em direcção ao Sul, onde fica a capital, Bamako.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, a presença francesa
deverá durar apenas algumas semanas. Também os governos de Londres e de Berlim,
na primeira linha do "apoio político" à intervenção militar da França no Mali, se
comprometeram com o envio de equipamento ou pessoal de apoio para a missão destinada
a travar a expansão dos islamistas. Dos EUA também já vieram ofertas de ajuda, nomeadamente
ao nível do transporte e comunicações. Outros países europeus, entre os quais Portugal,
manifestaram o seu apoio à acção militar francesa, mas só a Bélgica e a Dinamarca
se comprometeram com meios específicos. A União Europeia aprovou o envio de uma missão
de treino para o Mali, cuja partida foi apressada para meados de Fevereiro ou Março. O
ministro francês dos Assuntos Parlamentares, Alain Vidalies, criticou esta terça-feira
a falta de mobilização e as “ausências um pouco infelizes” da Europa no Mali. Mas
a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, sublinhou a importância de uma “resposta
internacional unificada” e anunciou uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios
Estrangeiros europeus para estudar as “possíveis acções da UE para apoiar o Mali”,
que deverá acontecer esta quinta-feira. De visita aos Emirados Árabes Unidos,
Laurent Fabius disse esta terça-feira esperar a ajuda dos estados do Golfo na ofensiva
contra os islamistas no Norte do Mali. O Norte do país está desde Abril sob o controlo
de grupos islamistas e tuaregues, que se aproveitaram do caos que se instalou no país
desde o golpe de Estado de Março. Na semana passada, os islamistas do Ansar Dine começaram
a avançar em direcção a Sul e tomaram a cidade de Konna, que entretanto foi tomada
pelo Exército do Mali, com o apoio das forças francesas.