Igreja na Índia promove campanha em favor da igualdade de gênero
Mumbai (RV) - O Arcebispo de Mumbai, Cardeal Oswald Gracias, Presidente da
Conferência Episcopal da Índia, promove no próximo dia 27, um dia em favor da solidariedade,
conscientização e igualdade de gênero.
Segundo agência AsiaNews, a decisão
foi tomada após o recente caso de estupro em Nova Délhi que reacendeu o debate sobre
a violência contra as mulheres. "É a exclusão de Deus da vida humana que conduz os
homens a esse tipo de crueldade, sobretudo contra as mulheres" – frisou o purpurado.
Durante
24 horas, a comunidade católica da arquidiocese participará de encontros, seminários
e diversas iniciativas. Toda paróquia, convento e seminário realizará uma hora de
oração.
Ao apresentar o dia, o Arcebispo de Mumbai destacou que a Igreja Católica
na Índia foi jogada numa profunda angústia e tristeza pela morte da vítima de estupro
coletivo, em Nova Délhi. "A barbárie infligida a essa jovem indiana foi horrível e
feroz. Espero que esse dia de solidariedade possa servir para anunciar uma transformação
social e uma mudança radical de atitudes em relação às mulheres, e possa solicitar
uma conscientização urgente, justiça e igualdade de gênero em todo o país", ressaltou
o Cardeal Gracias.
"A igualdade de gênero sempre foi uma questão candente.
Ela afeta não só os 50% de mulheres, mas toda a raça humana. Ela provoca feridas profundas
não só às mulheres, mas também aos homens e à sociedade como um todo. A Igreja sempre
foi pioneira na valorização da mulher. A histórica carta apostólica Mulieris Dignitatem
(1988) de João Paulo II centraliza-se na dignidade da mulher, lembrando a importância
de seu papel desempenhado na família, na sociedade, no mundo e na Igreja" – sublinhou
ainda.
"Não obstante exemplos de mulheres que ocupam posições de destaque e
poder, ou modelos como a Beata Madre Teresa de Calcutá e a Beata Alphonsa, a realidade
das mulheres em todos os setores da sociedade indiana revela exemplos de violência
doméstica e social" – disse o purpurado.
"O fundamentalismo e confrontos étnico-religiosos
aumentam a submissão das mulheres aos homens, suprimem os movimentos femininos e intensificam
a violência contra as mesmas", concluiu o Cardeal Gracias. (MJ)