2013-01-10 18:52:05

Igreja em Mianmar: "Liberdade e reconciliação para a nação"


Yangun (RV) - "Teve início para Mianmar o Ano Jubilar. Depois de 50 anos de trevas, agora brilha uma luz para o povo birmanês", ressalta numa mensagem enviada à Agência Fides o Arcebispo de Yangun, Dom Charles Maung Bo, secretário-geral da Conferência Episcopal de Mianmar.

O prelado lembra que, em 1962, começou o período da ditadura no país. "A sua história foi congelada, sua beleza escondida, seus filhos reduzidos à escravidão do silêncio, muitos ao martírio, muitos a longas noites de lágrimas. Milhões de pessoas tornaram-se refugiadas ou imigrantes clandestinos. As nossas meninas inocentes foram vendidas como escravas do sexo e suas lágrimas enterradas em grutas silenciosas de desumanidade. Duas gerações embarcaram numa viagem no túnel do desespero" – frisa na nota Dom Maung Bo.

O prelado ressalta que hoje o sofrimento está lentamente dando lugar à esperança. "Depois de 50 anos, nos reunimos para ver a luz. A luz da verdade brilha sobre nós, a luz da liberdade está lentamente despertando o nosso povo, a luz das oportunidades está emergindo. No Natal, Cristo nasceu dando-nos uma nova luz de esperança" – destacou.

Segundo o Arcebispo de Yangun, mais de três milhões de pessoas vivem fora de Mianmar sem documentação regular. Alguns são refugiados e muitos vivem em condições desumanas. "Os nossos filhos e filhas devem retornar à sua pátria. A democracia traz grandes esperanças, mas como vimos recentemente, os velhos costumes custam para morrer. Se os monges são espancados, que liberdade existe nessa terra? O respeito pela dignidade humana e dos direitos humanos precisam crescer em nossa nação" – destaca Dom Maung Bo.

Nesse Ano Jubilar, o secretário-geral da Conferência Episcopal de Mianmar deseja a reconciliação entre todas as partes em guerra e o triunfo da paz no país. "Por muito tempo essa nação esteve em guerra com si mesma. Milhares de mortos e a terra banhada pelo sangue do ódio recíproco. Hoje, é tempo de construir a paz e a paz só pode ser construída sobre a justiça" – conclui o Arcebispo de Yangun. (MJ)







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