650 mil crianças nascidas na Itália não são italianas
Cidade do Vaticano (RV) – “A preeminência do 'jus sanguinis’ na Itália comporta
a exclusão e a diferenciação social de quase 650 mil crianças nascidas de pais estrangeiros
neste país. É hora de ampliar na Itália o 'jus soli', ou seja, a concessão da cidadania
italiana a quem nasce no território”.
É a opinião de Mons. Giancarlo Perego,
diretor geral da Fundação Migrantes do Episcopado Italiano, expressa na apresentação
do Dia do Migrante e do Refugiado, que se celebra em 13 de janeiro.
“A cidadania
para quem nasce na Itália ou para quem a requer implicaria numa maior participação
ao voto e no cumprimento do serviço civil para jovens de 18 a 28 anos. Estes são dois
instrumentos fundamentais para aumentar a responsabilidade e a inclusão no tecido
social italiano, favorecendo o crescimento da democracia e da coesão italiana”.
Na
coletiva desta terça-feira, na sede da RV, o Ministro da saúde italiano, Balduzzi,
expressou publicamente a gratidão do Governo “pela atenção que a Igreja italiana teve
com o fenômeno da imigração”.
Mais de 70% dos italianos é favorável à cidadania
para filhos de imigrantes e ao direito de voto em eleições municipais. No Parlamento,
tramitam 23 propostas de lei sobre o tema, mas neste meio tempo, 650 mil menores nascidos
na Itália não podem ser reconhecidos como italianos. (CM)