Bispos na Venezuela: "Alterar a Constituição é moralmente inaceitável"

Caracas (RV) - O Presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Dom Diego Padrón, lançou um apelo nesta segunda-feira para que a Constituição do país não seja alterada “neste momento difícil e incerto do país”. A declaração é uma referência explícita às tensões políticas alimentadas pelo estado de saúde do Presidente Hugo Chavez.
O prelado falou na abertura da Assembléia anual da Conferência Episcopal, que tem seu início há apenas três dias da data em que está previsto o início do novo mandato de Chávez. O Presidente venezuelano está internado em Cuba após nova cirurgia devido a um câncer e à insuficiência respiratória causada por uma infecção pulmonar.
“É um momento difícil e incerto – advertiu Dom Padrón – que poderá levar o país a uma encruzilhada perigosa”. Ele acrescenta que os 25 comunicados do governo sobre a saúde de Chávez contribuíram para “confundir a população”. "A única certeza agora - afirma - é que em 10 de janeiro acaba o mandato do presidente e começa um outro”. “A Assembléia dos bispos não quer interferir na interpretação da Carta Fundamental – salientou – mas está em jogo o bem comum, e alterar a Constituição é moralmente inaceitável”.
Nos dias passados o vice-presidente Nicolas Maduro defendeu que a cerimônia de posse do Chefe de Estado é “pura formalidade” e que Chávez poderia fazer o juramento posteriormente, perante a Suprema Corte. Segundo a oposição, o não comparecimento de Chávez ao juramento deveria levar o país a uma nova eleição, após a posse de um presidente interino. (JE)