Reflexão sobre a liturgia deste domingo, Solenidade da Epifania do Senhor
Cidade do
Vaticano (RV) - Isaías anuncia a manifestação da glória do Senhor sobre Jerusalém
e a conseqüente vinda para ela dos outros povos, para também serem iluminados pela
luz divina. Jerusalém é o centro, atrai para si a atenção dos povos, mas ao mesmo
tempo vive a vocação de iluminá-los, de conduzi-los ao Senhor.
Paulo nos fala
que essa glória do Senhor é o mistério de Jesus Cristo, ou seja, a glória do Senhor
que ilumina Jerusalém e atrai para ela os demais povos, é Jesus Cristo com sua salvação.
Através dele todos os povos “são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo,
são associados à mesma promessa”.
O Evangelho de Mateus explicita essa atração
dos povos pela luz que ilumina Jerusalém, através da vinda dos magos, conduzidos pela
luz de uma estrela que irá pairar sobre a casa onde se abriga Jesus, a misericórdia,
a salvação, a própria luz!
Contudo os doutores da Lei, aqueles que deveriam
possibilitar a Luz iluminar, lendo e anunciando os escritos dos profetas, especialmente
aquele que diz que será em Belém o nascimento do Messias, do Salvador, não querem
ser incomodados pela luz e preferem permanecer na escuridão. Pouco lhes importa que
a missão do Messias seja unir o povo de Deus e iluminar as nações.
Os magos,
fascinados pelo clarão apreendido no estudos dos astros e da natureza, já que não
possuem as profecias, intuem e tem conhecimento do nascimento do Salvador e sabem
que é naquela região.
Ao visitarem o Messias, lhe ofertam ouro, incenso e mirra.
Ouro, ao rei; mirra, o óleo com o qual esposa se perfuma para suas núpcias, sinaliza
que o Senhor é o esposo; e incenso, ao Deus encarnado. Discernindo a reação do
rei Herodes, os magos não retornam a ele após a visita ao Senhor.
Para nós,
batizados, que temos o conhecimento da vinda do Messias, que a celebramos a cada ano
no Natal, como é nossa postura em relação às exigências da revelação? Somos seus anunciadores
a todos os homens? Aceitamos que o Senhor se revela a todos e de modo diverso, de
acordo com a cultura e possibilidades de cada um? Cremos que a Igreja é a nova
Jerusalém, de onde brilha a Luz do Sol verdadeiro, Jesus Cristo, e para ela se dirigem
todos os povos, todos o homens de boa vontade? Também, como os Magos, desviamos
nossa caminhada daquelas pessoas ou situações que nos afastam de Deus, que optaram
pelo Mal? Que preferem o acomodamento à prática do bem? Ser cristão é acreditar
que a vinda de Jesus Cristo trouxe para a Humanidade a união definitiva de Deus com
o Homem e que todos os homens são chamados a viver essa união e que a Igreja tem
a missão de ser farol, porque nela está a Luz verdadeira. Epifania, - manifestação
da misericórdia de Deus a todos os homens,- façam já parte da Igreja ou ainda não.