Bispo de Mianmar: "milhares de civis reféns dos combates"
Banmaw (RV) - “Dezenas de milhares de pessoas são reféns dos conflitos armados
e bombardeios aéreos no estado de Kachin, no norte de Mianmar”. É o que informou à
Agência Fides o bispo da diocese de Banmaw, Dom Raymond Gam, lamentando a impossibilidade
de se oferecer qualquer tipo de ajuda humanitária. Na região do conflito vivem entre
30 e 40 mil pessoas. O prelado se encontra em Banmaw, cidade distante 70 km da
fronteira com a China e epicentro do conflito entre as Forças Armadas e o Exército
pela Independência de Kachin (KIA). Agências das Nações Unidas e de outras organizações
humanitárias não tem conseguido intervir no conflito, impedidas pelos combatentes. Os
combates mais intensos se verificam em Laiza, fortaleza dos rebeldes. “As esperanças
de uma saída negociada para o conflito se reduzem dia-a-dia”, afirma Dom Gam, “sobretudo
porque nenhuma das duas partes envolvidas no conflito está disposta a assumir qualquer
compromisso”. A constituição de um governo civil após decênios de regime militar
havia favorecido em janeiro passado um acordo de cessar-fogo com os grupos rebeldes,
uma comunidade no Leste do país em guerra com o poder central há 36 anos. A liberação
política no país permitiu a eleição da Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, ex-prisioneira
política. O conflito no estado de Kachin poderá ter consequências a nível internacional.
Após advertências dos Estados Unidos e dos principais apoiadores, também o Secretário
Geral da ONU, BA Ki-moon, afirmou “que é necessário garantir a segurança dos civis
e se dar início a uma reconciliação política no país”. (JE)