Lisboa (RV) - O Patriarca de Lisboa, Cardeal José Policarpo, pediu que Portugal
promova uma “autêntica política de proteção à família” para superar a atual situação
em que se encontra, alertando para uma “crise de civilização” na Europa.
“Somos
um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil da nossa história. Mas
olhemos corajosamente para o que está acontecendo às famílias: leis permissivas que
não valorizam o aprofundamento dos seus valores constitutivos; leis fiscais que penalizam
a família; a incapacidade de evitar que o drama do desemprego se abata sobre famílias
inteira”, disse D. José Policarpo na homilia da missa da solenidade de Santa Maria
Mãe de Deus, Dia Mundial da Paz, que presidiu na Paróquia de Rio de Mouro, arredores
da capital portuguesa.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa elogiou
a Mensagem “forte e profunda” que Bento XVI escreveu para este Da Mundial da Paz,
particularmente relevante para as sociedades europeias, que atravessam “uma profunda
crise de civilização”.
“É preciso denunciar, com lucidez e coragem, os erros
sociais e políticos em sociedades que não dão prioridade ao bem-comum”, alertou.
Neste
contexto, destacou a importância da “promoção e defesa intransigente da dignidade
da pessoa humana, a promoção da vida em todas as suas etapas e vicissitudes, a defesa
dos direitos fundamentais da pessoa humana para que possa construir a sua dignidade”,
entre os quais está o direito ao trabalho, sublinhado pelo Papa.
“A busca da
paz coincide com a luta pela realização da plenitude humana, é um caminho que supõe
uma verdadeira mística da paz, enraizada na cultura e concretizada nas opções práticas
para a vida das comunidades humanas”, referiu D. José Policarpo.
O cardeal-patriarca
disse ainda que as sociedades europeias têm de “voltar a valorizar a sabedoria contida
na religião, constitutiva de um quadro cultural que favorece e exige uma mística da
paz”.