Rio de Janeiro (RV) - Um grande ano nos espera, um ano no qual a nossa cidade
vai ser invadida por uma onda de jovens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo
e vai receber a visita do Papa Bento XVI. Iremos iniciar o primeiro dia do primeiro
mês do Ano da Juventude.
Um grande ano, de muito trabalho e de muitos encontros
se delineia para a nossa amada cidade, para os nossos jovens, para as nossas famílias.
O próximo ano será o ano da Jornada Mundial da Juventude, evento que sempre deixa
um rastro positivo de renovação, um ano marcado não só pela curiosidade de ver uma
multidão de jovens animar a Cidade Maravilhosa, mas de observar que novidade que ela
trará para a vida de cada um de nós. Entre tantos legados que esperamos dos grandes
eventos, este terá um incomparável: deixará a presença de um Deus Amor no coração
dos jovens arautos da manhã e anunciadores de um mundo novo.
No próximo dia
5, no Arpoador, no Rio de Janeiro, iremos comemorar a espera dos últimos 200 dias
para a JMJ. A espera é uma palavra difícil, sobretudo para os jovens, mas é uma palavra
prenhe de vida. A espera é a nota do tempo de Advento, que nós acabamos de viver.
Um tempo que se concluiu com a figura de Maria, nossa mãe e mãe de Deus, que viveu
como nenhuma outra pessoa a espera do nascimento do Salvador. É a figura de Maria,
Mãe de Deus, que encerra a oitava do Natal e abre o novo ano.
Esperamos todos
para que entre o 23º ao 28º dia do sétimo mês do ano da juventude, a nossa cidade
seja transformada no “Santuário Mundial da Juventude”! Preparamos e esperamos com
carinho esse belo momento.
A espera de Nossa Senhora era uma espera bendita,
como aquela que as mães geralmente vivem, dominadas pela presença do filho que carregam
em si, mas igualmente pelo desejo de vê-Lo, conhecer suas feições, acariciar seu corpo
diminuto, de contemplar a novidade da criança que deve nascer. Presença e espera convivem
entre si e se completam. Presença e espera continuam a preencher os dias de uma mãe
que vê seu filho crescer, de novidade em novidade.
O primeiro dia do Ano é
dedicado à Mãe de Deus! É muito importante que seja assim. É como que uma invocação
para que aquela que soube esperar nos ensine a esperar também. A esperar e a reconhecer
que existe uma Presença que acompanha a nossa vida. A novidade do Ano Novo não pode
se exaurir no primeiro dia. Um ano realmente novo é aquele que traz novidade a cada
dia. É o que anunciamos: a espera já é a grande festa da juventude.
Esta espera
esquenta o coração, nos faz vibrar e é a coisa mais bonita da festa de Réveillon,
que enche aquele cenário excepcional que é a Praia de Copacabana. Iremos, como todos
os anos, celebrar e esperar do alto do Corcovado, aos pés do Redentor. Porém, neste
ano, o povo que espera o Ano que deve chegar, espera, na verdade, algo mais.
A
multidão é cheia da espera por uma novidade que não se sabe qual seja, mas que deve
vir. A espera tem a dimensão do coração do homem. Nosso coração espera, traz uma espera
que nem o barulho ensurdecedor do tempo consegue eliminar. Todo o mundo parece conspirar
para que o homem não espere, viva sem viver, se habitue ao feio e ao pequeno, mas,
diante das águas do mar de Copacabana e do anúncio da novidade, a espera reacende.
Dali, a espera se estende por toda a cidade, todas as casas e salões e clubes que
receberão os jovens peregrinos. E no atual vazio de uma região em Guaratiba contemplaremos
os milhões de jovens que anunciarão ao mundo a aurora de um tempo novo ao contemplar
os montes que se erguem no entorno e que, levados pela nova Avenida com seus ônibus
de transporte rápido, percorrerão ruas e vielas, túneis e viadutos para levarem ao
mundo a esperança e a paz em Cristo.
Para o próximo ano é importante que os
jovens da cidade do Rio de Janeiro sejam portadores da Paz. O Papa Bento XVI, em sua
XLVI Mensagem para o Dia Mundial da Paz, recorda que todos somos chamados a ser felizes
por sermos os construtores da Paz: “Bem-aventurados os obreiros da Paz”. Em sua mensagem
anterior, para o ano que finda, o Papa dirigiu explicitamente sua mensagem à juventude:
"nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala
o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens,
e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que
podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia
Mundial da Paz duma perspectiva educativa: «Educar os jovens para a justiça e a paz
», convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova
esperança ao mundo. Importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem
a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens
com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem
o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver
« coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6). Por isso nossa atenção, unindo os temas dos dois
anos, para que os jovens, educados para a justiça e a paz sejam felizes por construir
a paz.
Queridos jovens: o próximo ano é de vocês! Assim como a JMJ nos envia
a fazer discípulos entre os povos, a Campanha da Fraternidade coloca todos disponíveis:
“Eis-me aqui, envia-me”. A Arquidiocese do Rio de Janeiro abre os seus corações para
receber a todos como o Nosso Cristo Redentor – de braços abertos. Animem-se para viver
com intensidade a JMJ Rio 2013 e vamos testemunhar Deus Menino, nascido de Maria Santíssima,
para nos salvar!
A Praia de Copacabana, no sétimo mês do Ano da Juventude,
vai ser tomada por uma multidão diferente: jovens de todas as raças e línguas que
encontram Alguém que os encheu de espera e de esperança. Dali, partirão em peregrinação
para o oeste da cidade, para dizer, em Guaratiba, que eles querem preencher todos
os vazios do mundo com a esperança de uma nova vida buscada no íntimo de todos. Assim,
juntos iremos passar pela “porta da Fé” a caminho de novos horizontes. A fé é um modo
diferente de ver e viver a vida, um modo que é dominado por uma Presença que enche
o homem de espera.
A todos os homens de boa vontade, construtores da paz, de
perto e de longe, desejamos um feliz e santo ano da juventude.
Dom Orani João
Tempesta - Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro