Natal de solidariedade e esperança: os votos natalícios dos bispos portugueses
Na sua mensagem de Natal, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pede que este seja
um tempo de partilha com os mais pobres e deixa votos de “solidariedade e de esperança”.
“Que os gestos de entreajuda, solidariedade e partilha se multipliquem. A autêntica
alegria das Boas Festas está na dádiva altruísta e generosa”, refere o texto, divulgado
após a reunião do Conselho Permanente dos Bispos de Portugal.
Os prelados admitem
que o “presente clima social não sugere muito ‘Boas Festas’”, dado que “escasseiam
empregos e bens materiais” e propõe que “a tradicional troca de prendas seja aproveitada
para escolher ofertas que sejam ajuda para quem precisa”. “É urgente estreitar os
laços da família e dos vários círculos de relações e solidariedades; é fundamental
comunicarmos com Deus, que em Jesus se torna o mais próximo dos nossos próximos”,
pode ler-se na Mensagem.
O texto destaca o papel das famílias, frisando que
“em tempos de crise, mais essencial se torna a solidariedade familiar, o acolhimento
e ajuda aos membros que passam por maiores dificuldades”. Os responsáveis da CEP evocam
o recente Sínodo dos Bispos (de outubro passado, no Vaticano), cujos participantes
pediram um “lugar privilegiado aos pobres” nas comunidades católicas. “Só quem oferece
Natal aos outros pode ter Natal para si”, refere a Nota do Conselho Permanente.
A
mensagem convida a superar “confortos e rotinas egoístas” para colocar os outros no
centro das “atenções e serviços”, lembrando em particular “pessoas que vivem sozinhas,
doentes, crianças ou idosos”. “Haverá Boas Festas se soubermos presentear tempo, carinho
e ofertas”, indica a CEP, que lembra o papel das obras de serviço social e desafia
os católicos a aderir “mais de alma e coração à pessoa de Jesus”.
Os bispos
portugueses falam do Natal como “uma especial festa da família”: “Tudo o que possamos
fazer para reforçar os laços familiares será humanamente louvável e agradável a Deus,
que Se fez da nossa família pelo seu nascimento, nosso irmão universal”. A mensagem
conclui com votos de “santo Natal” a todos, independentemente de culturas, ideologias
e credos.