2012-12-21 10:57:36

III Pregação de Advento: "Alegria do Senhor seja a força da Igreja!"


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Bento XVI participou na manhã desta sexta-feira, 21, da terceira pregação do Advento, na Capela Redemtoris Mater. Depois de refletir sobre a graça do Ano da Fé e sobre o aniversário do Concílio Vaticano II, a última meditação do Advento foi dedicada ao terceiro grande tema do ano, a evangelização.

Frei Raniero Cantalamessa, pregador oficial da Casa Pontifícia, começou lembrando que o Papa convidou a Igreja a fazer deste ano uma oportunidade de redescobrir a "alegria do encontro com Cristo"; e verteu sua pregação sobre “como evangelizar através da alegria, procurando permanecer o mais fiel possível ao tempo litúrgico atual, em preparação para o Natal”.

O frade capuchinho citou fatos e personagens dos "Evangelhos da infância": o entusiasmo com que Maria se levanta para ir até a casa de Isabel e os pastores que vão ver a criança, os gestos humildes e típicos da alegria, como as visitas, as saudações, os parabéns, os presentes. Mas, acima de tudo, a alegria da maravilha e da sincera gratidão dos protagonistas: "Deus visitou o seu povo! Lembrou-se da sua santa aliança".

Frei Cantalamessa disse que a intenção do evangelista Lucas não era apenas narrar, mas envolver o público. "Aqueles que lêem estas linhas”, diz um exegeta moderno, “são chamados a partilhar a alegria”. (H. Schürmann, O Evangelho de Lucas, I, Paideia, Brescia 1983).

Segundo ele, isto explica porque os evangelhos da infância têm pouca coisa a dizer a quem busca neles apenas a história, e muito a dizer a quem busca também o significado da história, como faz o Santo Padre em seu último volume sobre Jesus. Muitos fatos aconteceram, mas não são “históricos” no sentido alto do termo, porque não deixaram nenhum vestígio na história, não criaram nada. Já os fatos relativos ao nascimento de Jesus são fatos históricos no sentido mais forte, não só porque aconteceram, mas incidiram, e de forma decisiva, na história do mundo.

A pregação prosseguiu com a constatação que se a Igreja de hoje, no meio de todos os problemas e atribulações que a atingem, quiser reencontrar o caminho da coragem e da alegria, ela deve abrir os olhos para o que Deus está hoje fazendo nela. “O dedo de Deus, que é o Espírito Santo, ainda está escrevendo, na Igreja e nas almas, histórias maravilhosas de santidade que um dia, quando desaparecer todo pecado, farão que se olhe para o nosso tempo com espanto e santa inveja.

Fechamos os olhos, ao fazer isso, aos muitos males que afligem a Igreja e às traições de muitos dos seus ministros? Não. Mas se o mundo e sua mídia não destacam na Igreja nada além dessas coisas, é bom levantarmos o olhar e vermos também seu lado bom, sua santidade”.

Em meio a provas e calamidades que afligem a Igreja, especialmente em algumas partes do mundo, os pastores podem repetir, também hoje, aquelas palavras que Neemias, um dia, depois do exílio, dirigiu ao povo de Israel abatido e em lágrimas: “não haja nem aflição, nem lágrimas, porque a alegria do Senhor é a vossa força"!

A pregação se encerrou com a exortação: “Que a alegria do Senhor, Santo Padre, veneráveis padres, irmãos e irmãs, seja realmente, a nossa força, a força da Igreja”.
(CM)








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