2012-12-21 12:15:12

Editorial europeu: Os jovens e o ecumenismo


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Quando no fim de Dezembro decorrer aqui em Roma o encontro anual de Taizé, seremos testemunhas de uma forma de ecumenismo concreto, real. Os teólogos discutem e debatem sobre isso tendo em conta questões importantes relacionadas com a nossa fé. Nas igrejas locais, contudo, já existe tanto ecumenismo tangível e verdadeiro - deve-se ter em conta disto também, porque a Comunidade de Taizé não é apenas uma teoria, mas também vida de fé concreta.
O ecumenismo que caracteriza Taizé é específico. Poderiam parecer pouco importantes para um olhar superficial as confissões e as diferenças que a caracterizam. Mas isto não é verdade. Em Taizé, bem como nas suas reuniões anuais encontraremos uma geração de pessoas que querem ver, e de facto vêem, apenas aquilo que une. É uma geração que vive diversas tradições, a da Igreja Católica, bem como a Oriental e a da Reforma. Em tais ocasiões, não se une simplesmente aquilo que pode ser adaptado, mas são usadas as diferentes formas de aproximação a Deus e à comunidade dos crentes que se criam.

Os jovens estão à procura de Deus e procuram-n’O em comunhão. Nesse sentido, se situam o canto, as formas monásticas da comunidade, o lugar de particular significado, para além da experiência do intercâmbio comum entre coetâneos, e sobretudo a dimensão internacional: as gerações se encontram fora das fronteiras que, mesmo em tais momentos, já não constituem uma linha divisória. E este ecumenismo não se cria no âmbito de actividades ou discussões. Nasce pelo contrário na busca comum de Deus. A tradição chama tal lugar "silêncio", como o Papa Bento XVI indicou aquando da Solenidade da Imaculada Conceição:

"Aquilo que é verdadeiramente grande muitas vezes passa despercebido e o quieto silêncio é mais fecundo que o frenético agitar-se que caracteriza as nossas cidades, mas que - com as devidas proporções - já se vivia em cidades importantes como a Jerusalém de então. Aquele activismo que nos torna incapazes de parar, ficar tranquilos, e escutar o silêncio no qual o Senhor faz ouvir a sua voz discreta".

É sempre impressionante ver como as novas gerações mostram aos mais velhos como encontrar Deus no tal silêncio, e como acolher Jesus na própria vida. Taizé traz paz e tranquilidade na oração e na escuta, e tudo isto através da música, a interpretação da Escritura e o encontro. Taizé mantém as pessoas fora da frenesim e agitação da vida quotidiana. E tudo isso em comunidade, no âmbito do ecumenismo.

A comunhão na fé através da busca comum de Deus, sem que esta seja sujeita ao stresse e ao ritmo frenético de todos os dias. Isto é o que Taizé vai trazer em Roma no mês de Dezembro.

Por Bend Hagenkord SJ
Programa Alemão Radio Vaticano








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