Mensagem de Natal do Patriarca Latino de Jerusalém
Jerusalém (RV) - O Patriarca Latino de Jerusalém Dom Fouad Twal, como já é
tradição, apresentou aos jornalistas na manhã desta quinta-feira, na sede do Patriarcado,
a Mensagem de Natal, onde faz um balanço do ano de 2012, indicando suas luzes e
sombras.
Na Coletiva de Imprensa, o Patriarca destacou como fatos positivos,
a viagem do Santo Padre ao Líbano e o encontro com os Patriarcas; o reforço do diálogo
ecumênico com a viagem ao Egito para a entronização do novo Patriarca Tawadros II,
a visita do Patriarca russo Kirill à Terra Santa e a decisão dos Bispos católicos
da Terra Santa de seguirem o calendário Juliano na Páscoa de 2013, o mesmo seguido
pelas Igrejas do Oriente. Ele manifestou alegria ainda, pela visita que o Presidente
da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas realizou ao Santo Padre nesta semana.
Como
situações negativas, ele salienta a situação de Gaza como "um motivo de grande sofrimento".
Ele denuncia o embargo imposto por Israel que "torna insuportável a vida de 1 milhão
e 600 mil pessoas, fomentando sentimentos de hostilidade permanente em relação a Israel".
O Patriarca adverte que houve um recrudescimento no fanatismo religioso, quer hebraico,
quer muçulmano, com ataques a lugares santos, "o que coloca em perigo o diálogo entre
as diversas religiões". Este mal poderia ser combatido pela raiz, "com a educação
dos jovens nas escolas".
A nível geo-político ele sublinhou que o voto da Assembleia
da ONU que reconheceu a Palestina como Estado observador "é um primeiro passo à paz
e a uma situação estável na região". Reconheceu porém, que “será necessário ainda
um pouco de tempo até que o Estado Palestino seja estruturado, pois falta boa vontade
aos israelenses. Porém, já foi um início e esta nova realidade é irreversível.”
Falando
sobre a situação dos cristãos na Terra Santa, Dom Fouad Twal observou que “nós partimos
do princípio que somos parte integrante deste povo e as pessoas estão felizes com
o nascimento do Estado Palestino. Os cristãos também estão mais conscientes dos problemas
que temos aqui. Graças a Deus, nós cristãos temos consciência da dimensão mundial
de Jerusalém e da Terra Santa, pelos contatos que temos. Também estamos felizes ao
ver chegarem os peregrinos, somos felizes de escutar o Santo Padre que em cada discurso
seu fala sobre a Terra Santa e sobre os cristãos no Oriente Médio. Devo dizer que
agora a atenção mundial está mais concentrada sobre a Síria e menos sobre Jerusalém
e sobre a Terra santa. Mas isto é um momento histórico. Nós permanecemos no Oriente
Médio com a nossa alegria e com os nossos problemas”, conclui.(JE)