Novena da AIS pede orações e donativos para o Congo
Goma (RV) - De 16 a 24 de dezembro, a associação de direito pontifício Ajuda
à Igreja que Sofre está convidando todos a rezar pela paz na República Democrática
do Congo recitando a novena ao Príncipe da Paz.
A campanha internacional Natalina
foi lançada depois da visita da encarregada dos projetos para a África, Christine
du Coudray, ao Congo, dias antes que a milícia rebelde M23 invadisse a cidade de Goma,
no leste do país, em 20 de novembro.
Christine descreveu ter visto um grande
número de pessoas deslocadas vivendo em condições precárias, num país onde cinco milhões
de pessoas morreram nos últimos 16 anos e onde a taxa de mortalidade infantil é a
quinta mais alta do mundo. Segundo ela: "a maior catástrofe na região é a total falta
de respeito pelos seres humanos".
Criticando a cobertura da mídia que "só
contou a metade da história", ela pediu à comunidade internacional que atue na defesa
do justo comércio para garantir que os congoleses não sejam explorados na extração
das vastas reservas de minerais do país.
A encarregada dos projetos para a
África ressaltou: "Homens, mulheres e crianças não entendem por que têm vivido nesta
situação por tanto tempo. É como se as pessoas não existissem por elas mesmas. O mais
importante é o que se encontra no subsolo - os minerais”.
Descrevendo como
as pessoas que ela encontrou relataram sentirem-se esquecidas, ela destaca a importância
da novena: "Existe alguém que vai ouvir o sofrimento do povo - o Senhor".
Ela
ainda alertou sobre a violência generalizada, sublinhando ainda o histórico de conflitos
do M23. E ressaltou o medo de todos: "As pessoas acordam de manhã sem saber se ainda
estarão vivos à noite."
Este período ainda é de chuvas na região que, segundo
Christine, não é possível imaginar a forma destas chuvas. "É uma catástrofe para estas
pessoas, eles estão vivendo dia e noite em 10-20cm de lama”, partilhou."Eu vi nas
colinas ao redor de Bukavu - que agora abrigam mais de um milhão de pessoas - multidões
de pessoas deslocadas. Ao longo dos últimos anos, eles vêm da área circundante, desesperados
por encontrar segurança. Não há abrigo para eles - as barracas não têm telhados adequados,
o que significa que os poucos pertences que eles têm estão sempre molhados. Por isso
há tanta doença, principalmente entre as crianças".
A iniciativa da novena
a Jesus, Príncipe da Paz, foi recebida com alegria pelo Bispo Nicolas Djomo, Presidente
da Conferência Episcopal do Congo. Christine disse: "Diariamente vamos rezar esta
novena com plena confiança, com esperança, convencida de que o Senhor vai ouvir a
oração do seu rebanho. Os dias que antecedem o Natal são o momento ideal, pois no
Advento tudo começa de novo, tudo se torna possível por causa da vinda do Príncipe
da Paz".
Além da novena, a Ajuda à Igreja que Sofre ainda aumentará seu apoio
ao Congo. Segundo Christine: "estamos prontos para conceder a nova ajuda através de
congregações religiosas para os deslocados que já são muitos e o número segue aumentando
- e, de fato, há um SOS vindo de ONGs que afirmam que o número de deslocados é mais
do que problemático. Haverá também ajuda para o trabalho pastoral das Irmãs religiosas
e sacerdotes, ministrando em extrema pobreza”.
A Ajuda à Igreja que Sofre deu
uma contribuição especial de 50 mil euros para os campos de refugiados ao redor de
Goma, capital da região de Kivu Norte. O donativo será distribuído para diferentes
ordens religiosas que operam na região. Mas o apoio econômico não é o único que a
fundação papal pretende doar à martirizada população congolesa.
"Todos os dias
rezamos com confiança, convencidos de que o Senhor ouve o clamor do seu rebanho. O
tempo do advento é um novo começo. Tudo é possível graças à vinda do Príncipe da Paz". (CM)