Cidade do Vaticano
(RV) - Esta semana, mais uma vez, pudemos refletir sobre a força da Palavra de
Deus no governo de Sua Igreja.
Tivemos um congresso internacional que comemorou
os 15 anos da Exortação Apostólica “Ecclesia in America”, a visita de grandes teólogos
da Companhia de Jesus provenientes do mundo inteiro, que responderam ao chamado do
Prepósito Geral da Ordem para uma avaliação e projeção da formação dos jovens jesuítas,
ainda as comemorações do cinquentenário do Concílio Vaticano II e a permanente constatação
da vitória do Espírito através das leituras das Cartas de Dom Helder Câmara.
As
ideias na Igreja caminham buscando articulação, mas também tropeçando nas contrárias
e sofrendo o embate ideológico.
O Divino Espírito Santo age nos corações e
nas mentes, mas encontra, muitas vezes, obstáculos fortes, aparentemente em seu próprio
favor, mas que não passam de estorvos que atrapalham a ação de Deus. Mas exatamente
porque é ação de Deus, ela prossegue seu caminho e vai adiante, às vezes fazendo longas
curvas, mas chega aonde queria, é a divina vontade.
Para aqueles que conhecem
a história do Concílio Vaticano II, isso não é novidade. Apesar das resistências de
pessoas de boa vontade a uma maior abertura, maior entrada de ar fresco no agrupamento
dos cristãos, Deus permitiu que outras pessoas, que ouviam o clamor do povo, que sentiam
a palpitação da Igreja, fizessem de tudo que era correto para salvaguardar a idéia
do Beato Papa João XXIII.
Mais tarde, as conferências episcopais, principalmente
os bispos da América Latina, reunidos periodicamente, foram dando vazão àquilo que
o Papa Beato pretendia, mas que o Vaticano II não chegou a formular. Tivemos então
as opções preferenciais pelos pobres, pelos jovens, tudo aquilo que realizava o anseios
conciliares de uma Igreja Serva e Pobre.
Depois do grande pontífice Paulo VI,
chegou o outro Papa Beato, João Paulo II, e ele deu forma também à expressão “Nova
Evangelização” por ele fortemente impulsionada ao longo de todo o seu pontificado.
Hoje, a barca de Pedro é conduzida pelo eminente teólogo, o Papa Bento XVI,
que continuamente nos nutre com textos profundos e de grande beleza, que confirmam
a fé de seus irmãos.
Portanto, ao celebrarmos os 50 anos da abertura do Concílio
Vaticano II, ao vivermos o Sínodo para a Nova Evangelização e a celebração dos 15
anos da Exortação Apostólica “Ecclesia in America” podemos dizer como Gamaliel (At
5, 35-39), “o que é de Deus permanece”. As ideias, por mais revolucionárias que possam
ser, se são de Deus, permanecem. Assim foi com Jesus de Nazaré em relação aos judeus
de seu tempo, e assim será sempre. Deus é eterno! (CAS)