2012-12-15 12:06:58

Na Guatemala, indenizados mais combatentes que vítimas da guerra civil


Cidade da Guatemala (RV) - Mais de 52.000 ex-combatentes das PAC, as temidas Patrulhas de autodefesa civil, ativas na Guatemala durante o longo conflito interno (1960-1996), foram indenizadas até este ano pelo programa “Matas e água pela concórdia”, em contraste com apenas 1.478 civis guatemaltecos, segundo revela Programa Nacional de Indenizações”
A notícia ocupa a primeira página da edição online do jornal “Prensa Libre”, recordando que as somas para os civis variam, de acordo com as violências sofridas durante o conflito. Como exemplo, a perda de um componente da família dá o equivalente a 2.300 euros. Para duas ou mais vítimas de homicídio 4.200 e por abusos sexuais ou desaparecimentos forçados 1.900 euros.
Nos últimos cinco anos, no entanto, o número de vítimas indenizadas caiu constantemente, de 9.800 em 2008 a 2.770 em 2012. Para o Presidente da Comissão Nacional de Indenizações, isto se deve essencialmente a cortes no orçamento realizados em 2012.
Por outro lado, não houve cortes no programa “Matas e água para a Concórdia”, graças às disposições aprovadas em 2005 durante o governo Óscar Berger. O diretor do programa, Efraín Oliva, defendeu as indenização aos paramilitares sustentando que não se trata de um “ressarcimento gratuito, como para as vítimas, mas corresponde a um trabalho, plantar árvores e proteger bosques”.
O diretor do Centro de Ação Legal para os Direitos Humanos (CALDH), Juan Francisco Soto, protestou contra a prioridade confirmada pelo presidente Otto Pérez, - general da reserva do exército -, aos ressarcimentos às PAC: “A diferença de tratamento reflete a militarização que está em marcha no país. Não é possível tolerar esta diferença entre vítimas e combatentes”, afirmou. (JE)








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