Brasília (RV) – Como todo final de ano, a sede da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, em Brasília, é o local onde inúmeras Pastorais e organismos ligados
à CNBB se reúnem para avaliar o ano e programar novas iniciativas.
Na quinta-feira,
a Pastoral do Povo de Rua, em parceira com a Comissão Brasileira Justiça e Paz, se
reuniu para discutir a situação da gestão da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
“Esta
é uma primeira reunião e temos por objetivo ampliar a discussão e torná-la pública
aprofundando o debate em relação aos impactos nas áreas ambiental, social e econômica”,
argumenta irmã Cristina Bove, da Pastoral do Povo de Rua. Segundo Ir. Cristina a Parceria
Público-Privada permite possíveis processos tecnológicos de incineração dos resíduos
no país e isso entra em confronto com a organização dos catadores de material reciclável,
que consequentemente perderão sua fonte de renda.
Outro evento sediado na CNBB
nos dias 12 e 13 de dezembro foi o do grupo de Grupo de Trabalho (GT) Tráfico Humano.
O grupo fez uma avaliação das ações do ano e planejando as atividades para
2013. O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e a Paz,
padre Ari Antônio dos Reis, afirma que os trabalhos do GT durante o ano de 2012 progrediram
muito, e destaca duas ações consideradas exitosas: a unificação do GT de trabalho
escravo e do GT de combate ao tráfico de pessoas; e a escolha do tema da Campanha
da Fraternidade (CF) 2014 que será: ‘Fraternidade e Tráfico Humano’.
“Acredito
que nós avançamos e caminhamos bastante. Sobretudo pela unificação dos GTs, que foram
unidos por conta do aspecto da afinidade entre eles, o que foi muito importante, e
também pela aprovação da Campanha da Fraternidade 2014 que vai tratar do tráfico humano.
Essas duas conquistas são valiosas, além de todo processo formativo que nós ainda
estamos levando à frente nas dioceses e nos regionais, ampliando a conscientização
das informações sobre a realidade do tráfico de pessoas, e trabalho escravo”, afirmou
o assessor.
A reunião teve foco no trabalho escravo e no tráfico de pessoas
para exploração sexual e outras finalidades e modalidades. Um relatório publicado
em outubro pelo Ministério da justiça, em parceria com o Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta que entre 2005 e 2011, o tráfico de pessoas fez
475 vítimas no país. Desse total, 337 pessoas sofreram exploração sexual, e 135 foram
submetidas ao trabalho escravo. Mesmo com a divulgação do documento, o governo ainda
afirma que esses números não são muito precisos.