RDC: Ajuda da Caritas para as vítimas de violência sexual
Kinshasa (RV) - Infelizmente, são vários os casos de violência sexual contra
as mulheres que vivem nos campos de deslocados próximos a Goma, no Kivu Norte, na
República Democrática do Congo, assolada há meses pela violência dos rebeldes do grupo
M23 e outros grupos armados.
Segundo a Caritas de Goma, de 20 a 30 de novembro
passado foram registrados dezessete casos de estupros contra mulheres e garotas acolhidas
no campo de Mugunga 3, no oeste de Goma. As vítimas relataram que os autores de tais
atos eram homens armados não identificados, visto que no Kivu Norte estão presentes
tropas regulares do Exército congolês, rebeldes e milícias de autodefesa, que em vários
casos perderam seu propósito inicial e se entregaram ao banditismo.
As dezessete
mulheres estão sob os cuidados da Caritas de Goma, graças a um fundo doado pela Caritas
Austrália. Algumas foram curadas no Centro de Saúde Afia Mugunga e os casos mais graves
foram transferidos para o centro especializado de Carmel.
O programa de tratamento
e reabilitação das mulheres vítimas de violência sexual envolve quatro aspectos: médico,
psicológico e social, socioeconômico e jurídico. "O aspecto social é particularmente
doloroso. Por causa do medo de serem rejeitadas pela comunidade, muitas vezes as mulheres
não denunciam o estupro. Chegam-nos somente os casos mais graves ou conhecidos" –
disse a responsável pelo programa "Violências sexuais da Caritas de Goma", Lycie Baganda.
O
flagelo da violência sexual no leste da República Democrática do Congo é um dos crimes
mais graves e escondidos da guerra nessa área. (MJ)