Xan Loc (RV) – Para os cristãos que vivem em um contexto múltiplo e complexo
como o asiático, onde os desafios “começaram a fazer parte da vida das pessoas; é
preciso remover barreiras, construir pontes de diálogo; viver os valores essenciais
da fé, estar ao lado de quem sofre injustiças, apresentar Cristo como Palavra viva”.
Ao olhar para a vida interna da Igreja, é preciso “crer na Palavra de Deus,
fazer do nosso trabalho um sinal do transcendente e resistir à secularização interna”.
É o que afirma Dom Thomas Menamparampil, responsável do Escritório para a Evangelização
na Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), em nota publicada pela Agência
Fides.
O episcopado está reunido na 10a Assembleia Plenária da Federação,
aberta segunda, 10, no centro pastoral de Xuan Loc, na cidade de Saigon, com o tema
“Os 140 anos da FABC: responder aos desafios da Ásia”.
Participam do encontro,
que se realiza a cada quatro anos, 100 delegados eleitos pelas 19 Conferências Episcopais
que integram a FABC, e o Enviado especial do Santo Padre, o Cardeal Arcebispo emérito
de Manila, Gaudencio Rosales.
O Arcebispo Menamparampil nota que “é essencial
na Ásia anunciar a mensagem por meio de símbolos: os cristãos devem sempre se tornar
ícones do amor de Deus para as populações asiáticas”.
Para ele, “a evangelização
não é uma forma de campanha eleitoral, um spot publicitário, uma propaganda ideológica.
Não é um encontro de boxe espiritual; não é uma ameaça ao patrimônio cultural ou à
identidade e às tradições asiáticas. Cristo vem para elevar, curar e potenciar, e
não para danificar ou destruir tudo o que tem valor na humanidade”.
“A evangelização
– explica – é a missão central da Igreja. É a atividade que mantém a comunidade cristã
viva e a torna eficaz ao servir o Senhor e à humanidade. Evangelizar significa fazer
chegar a bondade de Deus a todas as pessoas na sociedade humana. É um privilégio ser
chamados a contribuir com este trabalho”. “A primeira coisa a se fazer, se quisermos
trabalhar seriamente para a evangelização – prossegue Dom Menamparampil – é entrar
na vida das pessoas.
Para ser eficazes na evangelização, não devemos lutar
contra o vazio, mas contra o abuso da religião por razões políticas. “Nosso dever
não é plantar a fé no absoluto do coração humano, pois ela já está lá, mas apresentar
Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Para sermos capazes disto, precisamos ser
pessoas de fé profunda. São necessárias profundidade na conversação, profundidade
nas relações, profundidade na compreensão da Palavra de Deus e profundidade na relação
com Deus” – concluiu. (CM)