Tufão Bopha - deixou rasto devastador nas Filipinas
Nas Filipinas, as autoridades anunciaram, ontem, quinta-feira (dia 6), que o número
de mortes causadas pelo tufão, que devastou o sul das Filipinas, subiu para cerca
500 pessoas enquanto outros 400 continuam desaparecimento e 250 mil estão desalojadas.
Bopha, o tufão mais poderoso registado em 2012 nas Filipinas,
com ventos superiores a 200 quilómetros, atravessou durante a madrugada de terça para
quarta-feira, o sul da ilha de Mindanao, varrendo e inundando uma faixa de 700 quilómetros
de terra.
As equipas de socorro recuperaram pelo menos
477 corpos ontem, quinta-feira, 258 na costa leste e 191 perto das cidades de Nova
Bataan e Monkayo, uma região de pequenas minas de ouro clandestinas nas montanhas,
expostas a deslizamentos de terra, indicou o general responsável pelos resgates, Ariel
Bernardo citado pela agência Angola Press.
O Escritório da Defesa Civil
em Manila afirmou que mais 19 pessoas morreram em Mindanao e nove em outras ilhas.
A prioridade do governo é encontrar 380 pessoas desaparecidas e construir abrigos
temporários para 250 mil desabrigados, declarou o chefe da Defesa Civil, Benito Ramos.
Entretanto, os sobreviventes vasculhavam entre os escombros das suas casas para tentar
recuperar alguns pertences. Outros, à procura de parentes desaparecidos, examinavam
corpos cobertos com lama e alinhados sob lonas. Faltam sacos para os corpos. Com a
humidade e a decomposição dos corpos, as autoridades temem epidemias. O trabalho é
lento por causa das ruas bloqueadas e pontes que desabaram.
O
governo pediu a ajuda da Organização Internacional para as Migrações, com sede na
Suíça, para a construção de abrigos temporários para os sobreviventes, informou o
ministro dos Assuntos Sociais, Corazon Soliman.
A presidência
das Filipinas enviou navios carregados com comida e suprimentos de emergência para
150 mil pessoas na costa leste de Mindanao, onde três cidades permanecem isoladas
do mundo. A maioria das vítimas do tufão em Mindanao eram migrantes muito pobres,
atraídos para cidades como Nova Bataan e Monkayo nas montanhas, e que trabalhavam
em minas de ouro, desprovidos de qualquer segurança. Estas duas cidades têm metade
das mortes causadas por Bopha, de acordo com o Escritório da Defesa Civil.
O governo proibiu a construção de habitação em vários desses sítios, considerados
perigosos, mas as autoridades locais continuam a emitir licenças para obras e mostraram-se
incapaz de deter a expansão das comunidades, lamentou o secretário de Meio Ambiente,
Ramon Paje.
O tufão também destruiu um quarto das plantações
de bananas nas Filipinas, o terceiro maior exportador desta fruta, de acordo com a
associação de productores e exportadores de bananas. Em 2011, 29 tufões causaram a
morte de 1.500 pessoas, incluindo 1.200 em Mindanao depois da passagem da tempestade
tropical Washi.