Papa: "Teólogos devem participar do impulso evangelizador da Igreja"
Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI recebeu em audiência nesta sexta-feira,
no Vaticano, os membros da Comissão Teológica Internacional.
"Servindo fielmente
a verdade da fé, os teólogos devem participar do impulso evangelizador da Igreja"
– frisou o Papa em seu discurso. O Santo Padre se deteve sobre o tema do sensum fidei,
o sentido da fé, que não pode estar em conflito com o Magistério da Igreja.
"Este
dom é para o fiel uma espécie de instinto sobrenatural, que tem uma vida conatural
com o mesmo objeto da fé. É um critério para discernir se uma verdade pertence ou
não ao depósito vivo da tradição apostólica" – sublinhou Bento XVI.
"Na verdade,
ele não é uma espécie de opinião pública eclesial e não é pensável mencioná-lo para
contestar os ensinamentos do Magistério, porque o sensus fidei não pode se desenvolver
autenticamente no fiel exceto na medida em que ele participa plenamente na vida da
Igreja e isso exige uma adesão responsável ao seu Magistério" – disse ainda o Papa.
"Este
sentido da fé dos fiéis leva a reagir com vigor contra o preconceito de que as religiões,
especialmente as religiões monoteístas sejam portadoras de violência" – ressaltou
o pontífice.
"Se na história existiram o existem formas de violência perpetradas
em nome de Deus, elas não devem ser atribuídas ao monoteísmo, mas a causas históricas,
principalmente aos erros humanos" – destacou.
Segundo o Papa, "o esquecimento
de Deus imerge as sociedades humanas numa forma de relativismo que gera inevitavelmente
a violência".
"Quando se nega a possibilidade a todos de se referir a uma verdade
objetiva, o diálogo se torna impossível e a violência, declarada ou oculta, torna-se
a regra das relações humanas. Sem a abertura para o transcendente, que ajuda a encontrar
respostas a perguntas relativas ao sentido da vida e ao modo de viver de forma moral,
sem esta abertura o ser humano se torna incapaz de agir segundo a justiça e trabalhar
pela paz" – disse ainda Bento XVI.
O Papa concluiu seu discurso pedindo à Virgem
Imaculada, "modelo de quem ouve e medita a Palavra de Deus", para que obtenha para
os teólogos a graça de "servir com alegria a inteligência da fé em benefício de toda
a Igreja." (MJ)