2012-12-05 14:20:22

Colômbia - negociações de paz em Cuba entre o governo e os rebeldes das FARC


O governo da Colômbia e as Farc retomarão, entre novas tensões, as suas negociações de paz nesta quarta-feira em Havana, após uma pausa de cinco dias em que as autoridades aumentaram a pressão sobre os rebeldes com declarações e acções militares.

A delegação da guerrilha, liderada por seu número dois Iván Márquez, disse na terça-feira que o governo de Juan Manuel Santos demonstrou uma "incongruência política" ao rejeitar o cessar-fogo de dois meses declarado pelos rebeldes no começo do diálogo, no dia 19 de Novembro. "A sua resposta ao gesto das Farc é bélica", declarou Andrés París, um dos negociadores do grupo, numa entrevista concedida à agência cubana Prensa Latina.

París afirmou que os delegados do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) atestaram que as colunas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estão a respeitar o cessar-fogo, apesar de admitir que houve "pequenos incidentes sem importância alguma". Entretanto o chefe da equipa de negociadores da Colômbia, Humberto de la Calle, pediu nesta terça-feira às Farc que esclareçam a questão dos reféns. "As Farc, disse, têm que responder às vítimas, têm que esclarecer a questão dos sequestros e dos reféns", disse De la Calle, ex-vice-presidente da Colômbia (1994-1996), no Palácio Presidencial de Bogotá.


O pedido ocorre após Sandra Ramírez, viúva do líder e fundador das Farc Manuel Marulanda, afirmar à imprensa cubana que a guerrilha tem no seu poder militares e agentes policiais colombianos que considera "prisioneiros de guerra". Rodrigo Granda, um dos negociadores das Farc em Havana, desmentiu as afirmações de Ramírez e reafirmou que a guerrilha já não tem qualquer refém em seu poder.


As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram em Fevereiro passado a sua renúncia aos sequestros de civis e posteriormente libertaram os últimos 10 agentes de polícia e militares que mantinham como reféns, mas o Exército, a Polícia e diversas ONGs afirmam que a guerrilha ainda tem dezenas de prisioneiros. A segunda ronda de negociações de paz entre o Governo e as FARC começa nesta quarta-feira (dia 5), em Havana, após um diálogo de cinco dias, centrado no tema agrário.
















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