Má distribuição das rendas é causa da fome no Brasil
Cidade
do Vaticano (RV) - A fome é um dos maiores flagelos da humanidade e tem sido,
ainda hoje, uma das grandes causas de morte de milhões de seres humanos em todos
os tempos e sociedades. No entanto, a fome é o único grande problema solucionável
que o mundo enfrenta hoje.
Segundo o relatório da FAO “O Estado da Insegurança
Alimentar no Mundo, 2010”, bem mais que a metade dos famintos do mundo – cerca de
578 milhões de pessoas – vivem na Ásia e na região do Pacífico. A África responde
por pouco mais de um quarto da população com fome do mundo.
O diretor da FAO,
o brasileiro José Graziano da Silva, anunciou recentemente o lançamento de uma nova
campanha para a erradicação da fome na África, com a participação da União Africana
e do Instituto Lula, dirigido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula
defende que o continente poderá se beneficiar da experiência do Brasil na redução
da fome e de seus projetos de soberania alimentícia. "A África poderia aprender com
nações como o Brasil e tirar lições de sua luta contra a fome e a favor da segurança
alimentar", disse Lula. O ex-presidente afirmou que o Brasil tirou 28 milhões de pessoas
da pobreza, fazendo com que outros 40 milhões passassem a fazer parte da classe média.
Dentre
as causas sociais da fome estão a injusta e antidemocrática estrutura fundiária, marcada
pela concentração da propriedade das terras nas mãos de poucos; e o contraste na concentração
da renda e da terra no mundo subdesenvolvido.
É o que afirma, nesta entrevista
ao Programa Brasileiro, o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço
da Caridade, Justiça e Paz, Dom Guilherme Werlang. Ouça, clicando acima. (CM)