Plenária no Vaticano debate possibilidade de uma "nova autoridade política mundial"
Cidade do Vaticano (RV) – Tem início esta sexta-feira, no Vaticano, a Plenária
do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. Na agenda do encontro, está o tema da
criação de uma autoridade política mundial, como auspiciado por Bento XVI, na perspectiva
do bem comum. Uma hipótese que continua suscitando reações polêmicas.
A propósito,
a Rádio Vaticano entrevistou o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente de Justiça
e Paz:
Card. Turkson:- “Certamente, este é o aspecto que queremos estudar.
Estive na Alemanha, na Fundação Konrad Adenauer e em outras instituições, para discutir
este argumento. As pessoas estavam perplexas: para elas, esta ideia não é realista,
é uma utopia. Entendi que o que nós pedimos ainda não existe, não há um modelo, e
por isso é difícil imaginar. A primeira coisa que as pessoas pedem é uma reforma da
ONU, para que possa desempenhar este papel. Pede-se para ampliar as competências do
Banco Mundial ou do Fundo Monetário Internacional para que sejam eles a desempenharem
este papel. E é justamente isso que se requer: reformar a ONU para que possa desempenhar
esta função de autoridade mundial efetiva.”
Na base deste discurso, afirma
o Cardeal, está a globalização. Existem muitas questões que os Estados individualmente
não podem gerir, como a paz ou a questão das mudanças climáticas. “Há quanto tempo
a ONU está lutando para impor limites, em nível global, às emissões poluidoras? Quando
falamos de autoridade mundial, pensamos num entidade que respeita a autoridade soberana
dos Estados que, por sua vez, livremente cedem uma parte de sua soberania a esta instituição
global, em vista do bem comum.” (BF)