Haiti - bispos fazem balanço amargo neste fim de ano
O ano de 2012 no Haiti será recordado sobretudo pelos desastres ambientais, pela degradação
da convivência civil, a dissolução dos valores e o medo do futuro. Muito menores serão
as recordações sobre os progressos realizados na reconstrução do país. É um balanço
amargo o que os bispos haitianos fazem em mensagem pastoral sobre o ano de 2012. Foi
no final da Assembleia Plenária ocorrida em Port-au-Prince que o presidente da conferência
episcopal, Dom Chibly Langlois, fez publicar uma comunicação oficial sobre a situação
social, política e económica do país. As conclusões, segundo reporta o jornal haitiano
“Le Nouveliste”, são graves: "a pobreza continua a crescer juntamente com o custo
de vida e a insegurança alimentar, social, psicológica e física que estão a gangrenar
todos os estratos da população." D. Langlois aponta o dedo para a classe política:
"Este estado de coisas" - afirma - "é o resultado da má governação do país". O prelado
considera ainda que só se poderá inverter esta tendência negativa através "da tolerância,
da fé e da concertação", pois que – sublinham os bispos na sua mensagem - "a sociedade
haitiana afastou-se da via mestra indicada por Jesus que veio ao mundo para nos ensinar
a crescer na sabedoria". O presidente da conferência episcopal haitiana recorda, ainda,
o contributo decisivo da Igreja na pacificação política do país, que passou por graves
conflitos entre o poder legislativo e executivo. Atingida recentemente por mais
uma catástrofe natural, o furacão sandy, o Haiti já tão destruído pelo terramoto de
2010, vê-se mais uma vez confrontada com o desafio da reconstrução. A Igreja está
muito activa neste assunto especialmente, na reconstrução de lugares de culto e escolas.