Como habitualmente
aos domingos, também neste dia 2 de Dezembro, primeiro domingo de Advento, Bento XVI
apareceu à janela dos seus aposentos para rezar as Ave Marias juntamente com os numerosos
fieis ali reunidos.
Antes da oração, o Papa referiu-se ao novo Ano Litúrgico,
segundo o Rito Romano, que inicia com este domingo de Advento, um caminho que é ulteriormente
enriquecido com o Ano da Fé, a 50 anos da abertura do Concilio Vaticano II. O Santo
Padre explicou que a palavra Advento significa “vinda”, “presença”. No mundo antigo
indicava a visita do rei ou do imperador a uma província. Na linguagem cristã refere-se
à vinda de Deus, à sua presença no mundo: o mistério que envolve inteiramente o Cosmos
e a História, mas que tem dois momentos culminantes: a primeira e a segunda vinda
de Cristo. A primeira é a Incarnação, a segunda é o retorno glorioso no fim dos tempos.
Estes dois momentos, cronologicamente distantes – disse o Papa - na realidade tocam-se
profundamente, porque com a sua morte e ressurreição Jesus já realizou aquela transformação
do homem e do cosmos que é a meta final da criação. Mas antes do fim, é necessário
que todos os seus inimigos sejam postos debaixo dos seus pés. Este desígnio de salvação
de Deus, que está sempre em acto, requer sempre a livre adesão e colaboração do homem:
A isto nos convida hoje a Palavra de Deus, traçando as linhas de conduta a
seguir para estar prontos á vinda do Senhor.
No meio das convulsões do mundo
ou dos desertos da indiferença ou do materialismo, os cristãos acolham de Deus a salvação
e dêem testemunho dela com uma maneira nova de viver, como uma cidade em cima de um
monte – exortou o Papa. A comunidade dos crentes é sinal do amor de Deus, da sua
justiça que está já presente na História mas que não foi ainda plenamente realizada,
e deve, portanto, ser sempre esperada, invocada, procurada com paciência e coragem
– disse o Papa invocando Nossa Senhora e pedindo a cada um de nós para que nos deixemos
guiar por Ela, a fim de que o Deus menino que vem não nos encontre fechados e distraídos,
mas possa, em cada um de nós, estender um pouco o seu reino de amor, justiça e de
paz. Depois da oração do Angelus o Papa recordou que hoje é proclamado beato em
Kotar, na Índia, Devasahayam Pillai, um fiel leigo que viveu no século XVIII e que
morreu mártir. “Unimo-nos à alegria da Igreja na Índia e rezamos para que o novo beato
apoie a fé dos cristãos daquele grande e nobre País – frisou.
Recordou ainda
que esta segunda-feira é Dia Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
“Cada pessoa com os seus limites físicos e psíquicos mesmo graves é sempre um valor
inestimável e como tal deve ser considerada” – disse o Papa encorajando as comunidades
eclesiais a dar atenção e a acolher esse irmãos e irmãs. Exortou também os legisladores
e governantes a tutelar as pessoas com deficiência e a promover a sua plena participação
na vida da sociedade.
Em italiano o Papa saudou de modo particular os vários
expoentes do mundo do espectáculo itinerante que ontem teve a “alegria de encontrar”
. E concluiu desejando a todos um bom domingo e boa caminhada do Advento.