ONU e Palestina: "Escolha corajosa", afirma Patriarca de Jerusalém
Roma (RV) - ''Finalmente a comunidade internacional e os chefes das nações
tiveram a coragem de não deixar-se condicionar pelas pressões e decidir em consciência,
sem cálculos. Estou grato e feliz por esta liberdade.'' Assim se expressou o Patriarca
latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, sobre a aprovação por parte da Assembleia Geral
da ONU do reconhecimento da Palestina como Estado Observador não-membro.
''É
uma alegria – explica Dom Twal – que compartilho com todos os palestinos, cristãos
e muçulmanos, e que em breve expressarei em nome das nossas comunidades cristãs também
ao Presidente Abu Mazen, assim que voltar à região.''
Dom Twal destaca ainda
a ampla coalizão que apoiou o pedido palestino e avalia de maneira positiva inclusive
a abstenção do governo alemão: ''Que a Alemanha se absteve e não tenha vetado já é
muito''. Segundo o Patriarca, o tempo vai tornar evidente que o passo realizado na
ONU comportará vantagens também para Israel: ''Abre-se a possibilidade de voltar a
negociar com um governo moderado e legitimado. Abu Mazen é a pessoa certa para empreender
o caminho de uma solução definitiva ao conflito árabe-israelense''.
O Patriarca
Twal ressalta a plena consonância entre o êxito do voto na ONU e a posição tradicional
da Santa Sé sobre a questão palestina: ''Lembro-me dos muitos discursos do Papa em
que propunha a fórmula dos dois povos e dos dois Estados. A Igreja auspicia a paz
para todos, a justiça para todos, uma vida calma e tranquila para todos. Por isso,
é preciso também ter a coragem de dizer o que está errado. Agora penso na situação
trágica da Síria, que a comunidade internacional parece que quer remover''.