Tóquio (RV)
- Estimados e estimadas ouvintes do Programa Brasileiro saúdo-os com a esperança de
que, ao ouvir minhas palavras, estejam com boa saúde e gozando de felicidade.
Com
certeza, o exercício da cortesia associado aos bons hábitos é um dos grandes segredos
do sucesso das relações humanas e para manter a amizade. É exatamente sobre isso que
está fundamentada a relação entre pessoas no Japão. Como os japoneses são parcos em
expressar seus sentimentos com palavras, os manifestam através de gestos e símbolos.
Vejamos alguns exemplos.
Sempre que viajam, os japoneses costumam trazer
um presente, que eles chamam de “omiague”, para as pessoas próximas”. Não precisa
ser caro. Basta que seja algo simples para comer: chocolates, balas, biscoitos e etc.
Para entender essa atitude é suficiente responder a uma simples pergunta: uma pessoa
que viajou para divertir-se, a negócios e me traz algo, o que significa? Significa
que ela pensou em você, pensou em seus amigos. Você e seus amigos foram considerados
importantes. O valor do objeto é desprezível, mas o gesto demonstra que seus amigos
têm valor inestimável. Normalmente, quando dizemos obrigado, tudo morre depois
emitir a expressão. Com os japoneses é diferente. Eles agradecem a pessoa que lhe
fez o favor mas, ao encontrá-la dois ou três meses depois, eles vão recordar-lhe o
favor feito e lhe dizem: “ Obrigado por aquilo que você fez naquele dia”. Nunca ouvimos
dizer: “Não fez mais que sua obrigação”.
No Japão não se entra na própria
casa, e muito menos na casa dos outros, sem antes tirar os sapatos com que você andou
na rua. Logo na entrada da casa, existe um lugar especial onde você deixa seu sapato
e o substitui por uma espécie de chinelo. Dessa forma você não leva sujeira para dentro
de sua casa e daquela dos seus amigos. É um benefício para as crianças que costumam
brincar no chão e para os adultos que terão um lar mais higiênico.
Para nós
é cortesia abrir a porta quando nosso convidado vai embora. Para os japoneses, esse
gesto pode ser interpretado como um desejo de que a pessoa vá embora por não ser bem-vinda.
Quando alguém do Japão visitá-lo não lhe abra a porta. Deixe que ele mesmo o faça.
”A quem sabe esperar, o tempo abre as portas.” Provérbio chinês.
Missionário
Pe. Olmes Milani CS Do Japão para a Rádio Vaticano