Bento XVI: "Igreja ao lado dos marítimos que sofrem injustiças"
Cidade do Vaticano (RV) – Na conclusão dos trabalhos do XXIII Congresso Mundial
do Apostolado do Mar, Bento XVI recebeu na manhã desta sexta-feira, 23, seus participantes,
na Sala Clementina, no Vaticano.
O Papa começou saudando o Cardeal Antonio
Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes,
a quem agradeceu pelas palavras pronunciadas no início do encontro. Depois, disse
que os participantes deste Congresso viveram intensos dias de aprofundamento sobre
temas importantes, como o anúncio do Evangelho a um crescente número de marítimos
pertencentes às Igrejas Orientais, a assistência aos não-cristãos ou ateus e a tentativa
de empreender uma colaboração ecumênica e inter-religiosa cada vez mais sólida.
O
Pontífice alertou que “a vulnerabilidade dos marítimos, pescadores e navegantes deve
despertar ainda mais a solicitude da Igreja”:
“Situações de injustiça,
agravadas pelo processo de globalização, ainda caracterizam o trabalho dos marítimos,
especialmente quando tripulações sofrem restrições para desembarcar, quando são abandonadas
nos navios em que trabalham, quando são ameaçadas pela prataria ou prejudicadas pela
atividade da pesca ilegal”.
Em particular, o Papa dirigiu seu pensamento
aos trabalhadores do setor da pesca e suas famílias, lembrando as atuais dificuldades
ligadas à incerteza do futuro, pelos efeitos negativos das transformações climáticas
e pela excessiva exploração dos recursos:
“A vocês, pescadores, que precisam
de condições de trabalho dignas e seguras, salvaguardando o valor da família, a tutela
do meio ambiente e a defesa da dignidade de cada pessoa, asseguro a proximidade da
Igreja” – acrescentou Bento XVI.
Na sequência, recordou que o Apostolado
do Mar foi instituído em 1922 pelo Papa Pio XI, que encorajou os primeiros capelães
e voluntários neste campo, missão confirmada por João Paulo II 75 anos depois.
Desde
os albores do Cristianismo, o mundo marítimo foi um veículo eficaz da evangelização,
a começar pelos Apóstolos até aos dias de hoje – fez notar Bento XVI.
“Também
hoje a Igreja sulca os mares para levar o Evangelho a todas as nações; sua presença
capilar nos portos, as visitas que fazem cotidianamente aos navios atracados e o acolhimento
fraterno nas horas de pausa das tripulações são o sinal visível da solicitude para
com quem não pode dispor de um acompanhamento pastoral ordinário”.
Concluindo,
renovou aos agentes da pastoral do mar o “mandato eclesial” que, em comunhão com as
Igrejas locais de pertença”, os coloca na primeira linha da evangelização de tantos
homens e mulheres de variadas nacionalidades que transitam pelos portos. (CM)