Jornada Pró-Orantibus: o valor da vocação à vida contemplativa e monástica. Ouça!
Cidade
do Vaticano (RV) - A Igreja celebra nesta quarta-feira, 21, a Jornada Pró-Orantibus,
dedicada às Monjas e Monges de clausura. A vida consagrada contemplativa é uma vocação
pouco conhecida e pouco compreendida, um desconhecimento existe até entre os fiéis
católicos.
O objetivo da celebração deste Dia é rezar pelos religiosos e religiosas
de vida contemplativa como expressão de reconhecimento, estima e gratidão pelo que
representam e em agradecimento pelo rico patrimônio espiritual que seus institutos,
congregações e ordens são dentro da Igreja. Outras finalidades são promover o conhecimento
da vocação contemplativa; e favorecer iniciativas pastorais para valorizar a dimensão
contemplativa da vida através da leitura orante da Palavra e a ativa participação
litúrgica.
A Abadessa do Mosteiro de Santa Maria, beneditina Madre Escolástica,
explica aos ouvintes da RV o significado desta vocação:
“No fundo, a vocação
monástica é a vocação de todo ser humano, que é a vocação de buscar a Deus, tendo
como característica principal o ofício divino, que é o louvor de Deus... o canto gregoriano,
no nosso caso. A clausura é constitucional: nós vivemos dentro do mosteiro, mas saímos
para as necessidades básicas. São Bento diz Ora Et Labora. Nos saímos para comprar
o que necessitamos, para ir ao médicos ou ao dentista, e vivemos, sim uma vida de
clausura. É necessária uma vida monástica, não existe vida de oração sem o mínimo
de recolhimento. Nos levantamos às 4h30 da manhã e durante todo o dia temos 7 ofícios
divinos quando cantamos. Nossa oração é o canto dos salmo, a leitura da Sagrada Escritura
e dos Padres da Igreja”.
Vivendo em clausura, as monjas podem receber visitas?
“Recebemos,
sim. Não só a família... a nossa clausura não significa uma separação do mundo, mas
ao contrário: temos uma comunhão com as pessoas que estão no mundo; rezamos pelo mundo.
Às vezes damos orientação espiritual, as pessoas vêm se aconselhar conosco. Não há
ruptura, mas o afastamento, para talvez uma melhor comunhão. Não é que o mundo está
de um lado e as monjas do outro... não é isso”.
As monjas beneditinas realizam
algum tipo de obra social?
“Não. Temos catequeses. As crianças vêm ao mosteiro
para a catequese da Primeira Eucaristia. Temos o grupo dos Oblatos, leigos que vivem
a espiritualidade de São Bento no mundo. Uma vez por mês, eles vêm ao mosteiro e têm
a formação de nossa espiritualidade. Não somos irmãs apostólicas, não temos obras
de inserção em periferias e hospitais. O nosso ofício é a oração. Nossa contribuição
na Igreja é a nossa oração e a nossa orientação espiritual a quem nos procura aqui,
mas não temos saídas para trabalhar inseridas no meio social”.
Como as
monjas estão vivendo a Jornada Pró Orantibus?
“Nós mesmas vamos acolher
aqui em nosso Mosteiro mais de 50 jovens que vão dormir aqui. Lógico, neste Ano da
Fé, temos consciência de que nossa fé é viva, age. Nós acompanhamos através de nossa
oração e também contribuímos como podemos, ou seja, acolhendo estas jovens que se
hospedarão aqui conosco” (CM)