Yangun (RV) – “A visita do Presidente Obama é certamente um sinal muito positivo
para o país e será um encorajamento para prosseguir no caminho das reformas rumo à
democracia e à liberdade religiosa”: é o que diz à agência Fides Dom Charles Bo, Salesiano,
Arcebispo de Yangun e Secretário geral da Conferência Episcopal de Mianmar, comentando
a viagem asiática do Presidente dos EUA, Barak Obama, ao Mianmar.
O arcebispo,
que também é Presidente das Comissões Episcopais para a Formação e para o Diálogo
Inter-religioso, expressa as “grandes esperanças dos bispos e de todos os cristãos
de Mianmar, sobretudo no que diz respeito às liberdades”, depois desta histórica visita
que registrou no país um grande sucesso de público. O Presidente Obama encontrou seja
o Chefe do Governo, Thein Sein, seja a líder da oposição, Aung San Suu Kyi.
O
Arcebispo declara à Fides: “A visita foi muito amigável. A multidão está festejando.
Creio que o evento seja uma nota muito positiva no processo de desenvolvimento rumo
à democracia. Para alguns, o Presidente Obama deveria esperar ainda antes de realizar
este passo. Mas estamos certos de que haverá efeitos positivos em nível social e político
para a população, inclusive nos campos da instrução e da assistência de saúde”.
Um
dos efeitos esperados refere-se à liberdade religiosa: “No território ainda há situações
diversas – explica o arcebispo à Fides – mas a orientação geral é positiva. Obama
falou de liberdade de culto, que é propedêutica à plena liberdade religiosa. Como
bispos, estamos muito esperançosos. Creio que o governo esteja se movendo na justa
direção sobre o delicado tema das liberdades. Por ocasião da visita, concedeu a anistia
a 518 prisioneiros, dando um sinal de boa vontade”.
A visita ocorreu enquanto
o país está vivendo graves conflitos étnicos, como entre o exército e os rebeldes
kachin (no norte do país), ou entre grupos budistas e muçulmanos Rohingya, no Estado
de Rakhine. (SP)