"A Infância de Jesus": um livro para ser rezado. Ouça!
Cidade
do Vaticano (RV) - Foi apresentado nesta terça-feira o esperado terceiro volume
da trilogia de Bento XVI sobre “Jesus de Nazaré”. A obra aborda a infância de
Jesus e na iminência do Natal, vai ajudar a “repensar o Mistério”. É o que pensa o
presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, um dos
responsáveis pela apresentação mundial da obra.
O volume foi apresentado à
imprensa em nove línguas, incluindo português para o Brasil, e sai simultaneamente
em 50 países, com uma tiragem inicial de um milhão de cópias. Nos próximos meses,
será traduzido em 20 línguas e publicado em 72 países.
Na coletiva, nosso
país esteve presente com a professora de teologia na PUC do Rio de Janeiro, Maria
Clara Bingemer.
“Faço uma reflexão muito simples, como leitora, ressaltando
em primeiro lugar o estilo do livro, que une rigor intelectual, profundidade e erudição
com uma espiritualidade, afetividade espiritual muito grandes. Isto é fundamental.
O livro é mais para ser rezado, meditado, do que estudado... Embora possa ser estudado
também, pois o Papa fornece uma vasta bibliografia, cita fontes, e tudo. Creio que
este tom de espiritualidade é fundamental para servir como preparação para o Natal
também”.
“Depois, me parece que ele faz reflexões muito importantes
sobre a liberdade humana, quando comenta sobre a pessoa de Maria, como Deus se encarna,
pedindo consentimento, a liberdade humana, o respeito pela sua criatura... isto é
muito bonito. Ele ressalta também a fé das pessoas, quer dizer, a fé de Maria, de
José... é muito bonita a reflexão sobre José que se vê diante daquela situação, em
que sua noiva está grávida e não é dele. Ele acredita que o que está acontecendo com
ela é do Espírito Santo, recebe o menino, lhe dá nome e tudo. É linda esta parte.
Depois, vai mostrando como na encarnação do Verbo o processo de crescimento acontece,
quer dizer, não é porque Jesus é Deus e filho de Deus que está tudo prontinho... ele
vai crescendo, e o Papa diz isso. É muito bonito quando comenta todo o episódio do
templo, aos 12 anos; ele vai crescendo em graça, em sabedoria, em estatura, e tudo....”.
Para
o Cardeal Ravasi, “o livro tem um significado especial para os católicos por causa
do tema da encarnação, mas também é válido para todos, já que toca temas como as crianças,
a maternidade, a paternidade, o massacre dos inocentes, a fuga do Egito”... “São episódios
que enfrentam “temas dramáticos”, que não interessam apenas aos católicos – disse.
O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ foi publicado em 2007 e era dedicado
ao início da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração). A segunda
parte foi apresentada em março de 2011, e tratava os momentos que precederam a morte
de Jesus e a sua ressurreição. Bento XVI começou a escrever a obra no verão de 2003,
antes de sua eleição como Papa.
O livro, de 176 páginas, tem um prólogo do
Papa e se divide em quatro capítulos e um epílogo. “Espero que o pequeno livro, não
obstante os seus limites, possa ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com
Jesus” - sublinha Bento XVI.