Átrio dos Gentios em Portugal - declarações, intervenções e depoimentos
Ouça aqui as palavras
do Cardeal Gianfranco Ravasi mas também as declarações do bispo português Dom Carlos
Azevedo (Delegado do Conselho Pontifício para a Cultura) e ainda do Padre Tolentino
Mendonça e da poetisa Ana Luísa Amaral. Tudo isto numa peça do nosso correspondente
em Portugal Domingos Pinto. Foram dois dias intensos de debates, diálogos, exposições,
concertos, lançamento de livros e até uma peça de teatro. Foi já no final destas várias
actividades que o Presidente do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), organismo da
Santa Sé, revelou à Agência Ecclesia a sua “surpresa” pela forma como decorreu em
Guimarães e Braga o Átrio dos Gentios, projeto de diálogo entre crentes e não crentes. “Há
duas dimensões que não esperava: por um lado a multiplicidade de intervenções e de
temas; por outro, porque esta foi a primeira vez que o átrio se construiu, de forma
grandiosa, exclusivamente pela diocese, numa arquitetura autónoma”, disse o cardeal
Gianfranco Ravasi, no final do evento. Segundo este responsável, a sessão portuguesa
do Átrio dos Gentios abrangeu “quase todo o horizonte da cultura, da humanidade, da
sociedade, da espiritualidade contemporânea”. O cardeal italiano observou que o
debate foi “transversal” porque o tema escolhido, ‘O Valor da Vida’, permitiu superar
as divergências que muitas vezes surgem entre crentes e não crentes sobre “o tema
do mistério, do divino, do remoto”. “Todos somos seres vivos, com uma mesma consciência,
liberdade, desejo de colocar perguntas, pelo que somos muito iguais”, precisou. Antes
de deixar Portugal, o Cardeal Ravasi desafiou os católicos a terem “olhos abertos
sobre o mundo”, com solidariedade e também na promoção da justiça, mesmo que isso
exija “palavras duras”. O responsável falou ainda num país "particularmente vivo"
do ponto de vista cultural e não apenas religioso. Bento XVI enviou uma mensagem
aos participantes nesta sessão do Átrio dos Gentios, na qual convidou crentes e não
crentes a “afirmar o valor da vida humana sobre a maré crescente da cultura da morte”.