Islamabad (RV) - O Paquistão aguarda com ânsia o veredicto final do caso de
Rimsha Masih, a adolescente cristã com problemas mentais, acusada de blasfêmia e liberada
sob fiança porque as provas contra ela tinham sido fabricadas. O Supremo Tribunal
de Islamabad realizou na terça-feira a última audiência da fase de debates, recebendo
um relatório por escrito com as argumentações conclusivas das duas partes em causa.
A
defesa de Rimsha – refere a agência Fides – pediu o cancelamento da denúncia e portanto,
“a absolvição plena porque não existe o reato”, reafirmando que a jovem caiu “numa
armadilha” do imã Khalid Jadoon Chishti, já declarado culpado com base em três testemunhos.
A
acusação afirma que o relatório médico apresentado sobre a menina – que declara a
sua deficiência mental – era falso e procura desmontar as acusações contra o imã Chishti,
apresentando a retratação das três testemunhas. O Juiz do Tribunal, Iqbal Hamid Khan,
acolheu as argumentações das duas partes e agora deverá proferir a sentença.
Segundo
o advogado de Rimsha, o católico Tahir Naveed Chaudry, a sentença deverá ser comunicada
nos próximos dias. Padre Emmanuel Yousaf, Presidente da “Comissão Justiça e Paz” da
Conferência episcopal do Paquistão, presente no tribunal, comentou à agência Fides:
“A defesa de Rimsha apresentou argumentações sólidas. Esperamos e rezamos pela sua
absolvição. Estamos confiantes de que esse trágico episódio se concluirá da melhor
forma e que possa servir de ensinamento para toda a nação, sobre como tratar os falsos
casos de blasfêmia”. (SP)