Exposição: "Quebremos as correntes" - uma organização e um compromisso dos "Padres
Brancos".
A velhas e
novas escravidões do continente africano são evocadas pelas imagens da mostra fotográfica
"Quebremos as correntes" (Spezziamo le catene), inaugurada neste dias na Igreja do
Jesus de Roma pelos Missionários de África, "Padres Brancos e Irmãs Brancas". Estes
padres e religiosas estão presentes nas escolas, nas paróquias, nos centros de assistência
social e nos hospitais. Dedicam-se muito à formação de futuros sacerdotes e de leigos.
No 125º aniversário da campanha anti-esclavagista do seu fundador, Cardeal
Charles Lavigerie esta exposição coloca em realce, desde logo, a atitude do fundador
destes missionários. Este Cardeal em finais do século XIX verificou, através das cartas
dos seus missionários que relatavam as atrocidades da escravatura, que era necessária
uma grande campanha de informação para mudar as decisões e as atitudes coloniais.
Fê-lo em Paris, em Roma e em Londres.
A Radio Vaticano ouviu o depoimento do
Padre Paolo Constantini, missionário, director da publicação bimestral dos "Padres
Brancos" "África Missão-Cultura" que organiza a exposição:
O espírito
no qual eu e os meus colaboradores preparamos esta mostra é precisamente aquele da
denúncia das novas formas de escravidão que existem. São tantos os que o fazem e nós
juntamos a nossa voz, por forma a que a nossa sociedade tome consciência de que somos,
ainda hoje em dia, esclavagistas. Considero o meu papel como director da Revista
"África" como aquele de quem diz: "Olhai para Africa, é um país riquíssimo, é um país
belíssimo, com uma humanidade rica de tantas coisas". Em 15 anos no Congo aprendi
muitíssimas coisas com aquela gente: ensinaram-me o amor pelos outros. Como missionário
devo gritar bem alto e forte que são filhos de Deus, como eu! Mesmo que tenham a pele
negra o sangue tem a mesma cor.
Esta exposição estaré patente até ao
próximo dia 18 deste mês na Igreja do Jesus de Roma. (RS)