Cardeal Sarah fala da solidariedade do Papa ao povo sírio

Cidade do Vaticano (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, Cardeal Robert Sarah, regressou ao Vaticano após a viagem ao Líbano, como enviado de Bento XVI para manifestar a solidariedade do pontífice à população local que sofre por causa do conflito na Síria.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o purpurado sublinhou que se encontrou com o presidente libanês que ficou muito feliz pela iniciativa do Santo Padre e que esse encontro deu continuidade à visita de Bento XVI ao Líbano.

"A Igreja local ficou feliz por esta missão tão querida a Bento XVI para estudar o que podemos fazer para ajudar a população síria que se encontra no Líbano em condições desumanas" – frisou o presidente de Cor Unum.

Segundo o purpurado, os campos de deslocados estão sem água, luz, e em precárias condições de higiene e a população síria ali presente é formada, sobretudo por mulheres e crianças.

O Cardeal Sarah destacou que "essas pessoas precisam, sobretudo de alimentos, medicamentos, água, e eletricidade, porque quando fica escuro não se vê nada. Daqui a pouco chegará o inverno e eles precisam de roupas e aquecimento".

Sobre a doação de um milhão de dólares feita pelo Papa, o Cardeal Sarah disse que "é uma pequena gota, quando se vê a necessidade, mas foi um dom muito apreciado pelo povo. Nós demos prioridade para a Síria porque dentro do país são mais de dois milhões as pessoas deslocadas. Para a Síria, doamos 700 mil dólares e para as outras Caritas - Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque - 300 mil restantes. Pedimos também a muitas organizações caritativas da Igreja para pensar em aumentar sua generosidade, porque sabemos que a guerra pode causar outros refugiados. Portanto, haverá um aumento de ajuda. Tentamos arrecadar o dinheiro porque essa reunião que fizemos em 9 de novembro foi feita para coordenar a nossa ajuda. Espero que cheguem outras doações para enfrentar a possibilidade de aumento do número de refugiados, se a guerra continuar" – disse ainda o purpurado.

"Penso que se a comunidade internacional escutar a voz do Papa e decidir debater essa questão, poderemos encontrar uma solução, mas é preciso ouvir a voz do Santo Padre que busca realmente deter a violência e levar a paz à Síria. Isso significa que não só os sírios, mas a comunidade internacional está determinada a ajudar esse povo a buscar a paz no encontro, discussão e diálogo. Nós cristãos, devemos rezar porque o Senhor disse: sem mim nada podeis fazer. Não devemos excluir Deus da negociação e por isso a voz do Santo Padre, o pedir diariamente para rezar pela Síria, me parece uma voz importante, não apenas para essa situação no país. Sabemos que muitos conflitos no mundo estão causando sofrimento e morte de muitas populações. Acredito que a voz do Santo Padre seja ouvida e esta nova estrutura da oposição poderá ser um momento de diálogo, com a ajuda da comunidade internacional" – concluiu o Cardeal Sarah. (MJ)