Papa sai do Vaticano em visita: "Idoso entre os idosos"
Roma (RV) - O Papa visitou na manhã desta segunda-feira os hóspedes da Casa
"Viva os Idosos", no bairro do Gianicolo, em Roma. Neste ano, em que a Europa reflete
sobre o Envelhecimento Ativo e a Solidariedade entre as Gerações, Bento XVI foi convidado
pessoalmente pelos 28 hóspedes da estrutura criada pela Comunidade de Santo Egídio.
Ao chegar, foi acolhido pelo Ministro da cooperação e integração, Andrea Riccardi,
fundador da Comunidade, o Professor Marco Impagliazzo, seu sucessor na presidência
do movimento, o Arcebispo Vincenzo Paglia, atual Presidente do Dicastério vaticano
para a Família e assistente eclesiástico da Comunidade, e por Dom Matteo Zuppi, atual
bispo auxiliar de Roma.
O Papa entrou no edifício e foi diretamente para
um mini-apartamento no andar térreo onde vive um casal de refugiados haitianos. No
terceiro andar, existem 6 quartos que abrigam idosos não auto-suficientes, e esta
foi a etapa sucessiva da visita. Descendo um piso, se encontra um jardim, local onde
o Papa proferiu um discurso aos idosos mais autônomos, aos voluntários que trabalham
na Casa e a vários membros da Comunidade. O discurso de Bento XVI foi transmitido
ao vivo em um telão montado na calçada fora da casa, onde centenas de moradores do
bairro acompanharam o evento.
“Venho como um idoso, visitar meus coetâneos”.
Com estas palavras ele começou explicando o que o levou ali: o fato de conhecer muito
bem problemas, dificuldades, limites da terceira idade, ainda mais agravados hoje
pela crise econômica.
Com convicção, o Papa disse que ser ancião é belo; que
a tristeza não deve vencer sobre a alegria de se sentir amados por Deus:
“É
verdade que a sociedade, dominada pela lógica da eficiência e do lucro, considera
os anciãos pessoas inúteis, não produtivas”. Neste sentido, o Papa pediu um maior
esforço das instituições e das próprias famílias para que as pessoas idosas não tenham
que deixar suas casas. “A qualidade de uma civilização se julga pelo modo em que os
idosos são tratados e pelo lugar que ocupam na comunidade”.
Dirigindo-se aos
residentes da morada, Bento XVI lembrou que sentir-se acompanhados e assistidos e
sentir o carinho dos outros é uma graça de Deus: “Ninguém pode viver sozinho e sem
ajuda e, nesta casa, vejo que as pessoas que ajudam - e as ajudadas - formam uma única
família cuja seiva de vida é o amor”.
Enfim, tocando o tema da solidão, o
Papa falou que existem dias longos, infinitos, que por vezes parecem vazios pela falta
de uma ocupação... “mas esta fase da vida é um dom, é ideal para aprofundar a relação
com Deus”.
Bento XVI pediu aos idosos que rezem pela Igreja, por ele, pelas
necessidades do mundo, pelos pobres, para que não haja mais violência no mundo. E
concluiu confiando à sua oração o bem da Igreja e a paz no mundo.