Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI reafirmou neste domingo a “unidade inseparável
entre fé e caridade, entre o amor de Deus e o amor do próximo”. Em um breve discurso
proferido antes da oração do Angelus, o Papa apresentou dois trechos bíblicos (Livro
dos Reis e Evangelho de Marcos) que narram episódios com viúvas.
A primeira
divide tudo o que possuía - um punho de farinha e uma gota de óleo - com o Profeta
Elias.
A segunda foi vista por Jesus no templo de Jerusalém, aonde as pessoas
depositavam suas ofertas. Ao vê-la colocar duas moedinhas no cofre, Jesus chamou os
discípulos e explicou que o óbolo da viúva era maior do que o dos ricos, porque estes
doaram o que lhes era supérfluo, enquanto ela ofereceu tudo o que possuía, tudo o
que tinha para viver.
Segundo o Papa, relacionando estes dois episódios bíblicos,
temos um precioso ensinamento sobre a fé, vista como comportamento interior de quem
baseia sua vida em Deus, em sua Palavra, e confia totalmente Nele.
As Escrituras
dizem que “a condição efetiva de necessidade, como a da viúva neste caso, não é suficiente:
Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo
próximo. Ninguém é pobre ao ponto de não poder doar algo”.
De fato, as duas
viúvas demonstram sua fé realizando, cada uma, um gesto de caridade: uma para com
o profeta e a outra dando esmola - o que comprova a unidade inseparável entre fé e
caridade, entre o amor de Deus e o amor do próximo.
“Nenhum gesto de bondade
perde sentido diante de Deus; não existe misericórdia sem frutos” – recordou ainda
Papa Ratzinger, terminando com uma bela citação de São Leão Magno: “A balança da justiça
divina não pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho
depositou no cofre do templo alguns trocados, mas seu dom foi maior do que o dos ricos”.
Depois desta reflexão, Bento XVI rezou a oração dominical e prosseguiu cumprimentando
os fiéis, turistas e peregrinos em várias línguas. Em italiano, saudou a comunidade
beneditina recordando a figura de Maria Luisa Prosperi, monja que viveu em meados
do século XIX no mosteiro de Trevi, proclamada beata sábado, 10, na Catedral de Spoleto.
Na sequência, dirigiu-se aos agricultores católicos italianos que celebram
neste domingo o Dia de Agradecimento, com o tema “Confia no Senhor, faz o bem e habita
a Terra”. “Esta ocasião – disse o Pontífice – reforça a necessidade de um estilo de
vida enraizado na fé, para reconhecer com alma agradecida a mão criadora e providente
de Deus, que alimenta seus filhos”.
Enfim, Bento XVI parabenizou os poloneses
pelo Dia da Independência, em que a Polônia recorda a fé de seus pais, a história
e a força do Espírito das recentes gerações. “Rezo com vocês e com a Associação Ajuda
à Igreja que Sofre pelos cristãos do Egito, por ocasião do Dia de solidariedade com
a Igreja perseguida” – concluiu, falando aos peregrinos. (CM)