Cidade do Vaticano (RV) – Um novo apelo do Papa
Bento XVI em prol da Síria, do seu povo martirizado, chamou a atenção nesta semana
da mídia internacional que, ao que parece, segue cada vez menos o drama de uma população
à mercê de uma guerra civil. O Santo Padre afirmou que continua a seguir com preocupação
e apreensão a situação de violência naquele país, onde não cessa o rumor das armas
e aumenta a cada dia o número de vítimas; aumenta também o imenso sofrimento da população,
em especial dos que tiveram que abandonar suas casas. Um apelo mais uma vez em prol
da vida, daqueles que ali ficaram reféns de um conflito interno, daqueles que na escuridão
da noite fugiram para os países limítrofes em busca de refúgio e segurança. Nas
palavras do Papa, o olhar para os refugiados e deslocados que em breve sentirão o
frio do inverno que já bate às portas. Bento XVI sentindo a necessidade dessas pessoas
doou um milhão de dólares para serem utilizados em favor da população síria, seja
dentro, seja fora do país. Neste dias um seu enviado especial o Presidente do Pontifício
Conselho Cor Unum, Cardeal Robert Sarah, está visitando no Vale da Bekaa, os filhos
da terra síria que tiveram que abandonar suas casas. Leva o conforto e a proximidade
do Papa e da Igreja presente no mundo todo. Leva ajudas que serão distribuídas por
associações humanitárias libanesas e internacionais. Era intenção do Papa enviar uma
delegação de Padres Sinodais a Damasco, mas infelizmente, diversas circunstâncias
e fatos impediram a iniciativa nas modalidades auspiciadas, daí, o motivo da presença
do Cardeal Sarah. A diplomacia tenta de todos os modos encontrar uma solução para
o conflito sírio, mas até o momento, a estrada principal para se chegar a um fim das
hostilidades entre as tropas do governo e os grupos de oposição, esteve sempre cheia
de barreiras e obstáculos que ainda não deixam ver a luz no fim do túnel. Toda
guerra é sinônimo de dor, morte, destruição; é sinônimo daquela “aventura sem retorno”
que o Beato João Paulo II sempre falava. Mas mesmo assim há aqueles que ainda vêem
na força das armas a única solução para resolver questões e impor posições e ideais.
Na síntese de tudo isso, a vítima inocente é o outro exército de mulheres e crianças
que perambula sem destino nas estradas dos confins do país. O chamado do Papa nesta
semana deve sacudir a consciência daqueles que podem deter o fragor das armas e podem
dar nova esperança para o povo sírio. O Papa renovou o convite às partes em conflito
e aos que prezam pelo bem da Síria a “não pouparem qualquer esforço na busca da paz”
e a perseguir, através do diálogo, os caminhos que conduzem a uma convivência justa.
Nunca é demasiado tarde para trabalhar pela paz! (Silvonei José)