Bento XVI instituiu neste dia 10 de Novembro com Carta Apostólica “Motu Próprio” a
Pontifícia Academia de Latinidade, dependente do Conselho Pontifício para a Cultura.
Na base da instituição desta Academia está o facto de a língua latina, antes tida
em alta consideração na Igreja católica, estar hoje a correr o risco de sair das esferas
de atenção, mesmo no âmbito dos estudos filosóficos e teológicos dos futuros padres.
Isto devido à diminuição do interesse, na cultura contemporânea, pelos estudos humanísticos.
Mas, sublinha o Papa, neste mundo que dá grande valor à ciência e à tecnologia, nota-se,
ao mesmo tempo, um renovado interesse pela cultura e pela língua latinas. E isto não
só em países que afundam as próprias raízes culturais na herança greco-romana, como
também noutras nações de tradições diferentes. Tal interesse envolve seja académicos
e instituições, seja jovens e estudiosos de várias partes do mundo. Daí a urgência
– escreve o Papa – de apoiar o empenho no sentido dum maior conhecimento e dum uso
mais competente da língua latina, tanto no meio eclesial, como no mais vasto mundo
da cultura. Para dar relevo a este esforço, é oportuno adoptar métodos didácticos
apropriados às novas condições e à promoção de uma rede de relações entre Instituições
Académicas e entre estudiosos, a fim de valorizar o rico e multiforme património da
civilização latina. Foi, portanto, para ajudar na concretização destes objectivos
que Bento XVI na linha dos seus predecessores instituiu esta Pontifícia Academia de
Latinidade, com um próprio Estatuto experimental por um período de cinco anos. Com
a criação desta nova Academia, a Fundação Latinitas, constituída pelo Papa Paulo
VI, a 30 de Setembro de 1976, é extinta – escreve Bento XVI no referido Motu Próprio.
Para a governação da nova Academia o Papa nomeou como Presidente, o Professor
Ivano Dionigi, e para Secretario o P. Roberto Spadaro, salesiano. A Academia terá
também um Conselho Académico.