2012-11-08 20:14:34

Cardeal Vegliò fala sobre os direitos violados de marítimos e pescadores


Cidade do Vaticano (RV) - "Nova Evangelização no mundo marítimo" é o tema do 23° Congresso Mundial do Apostolado do Mar que se realizará na Sala do Sínodo, no vaticano, de 19 a 23 deste mês.

O evento foi apresentado, nesta quinta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò, e pelo Subsecretário desse dicastério vaticano, Pe. Gabriele Ferdinando Bentoglio.

"Existem 110 centros Stella Maris em que sacerdotes, religiosos, diáconos e leigos dão assistência material e espiritual aos marítimos e pescadores de todas as nacionalidades e religiões" – explicou o purpurado.

"Levamos em conta que hoje existem cerca de 1 milhão e 200 mil marítimos que transportam pelo mar 90% de mercadorias que circulam pelo Planeta. Estima-se que no âmbito da pesca, no campo industrial e artesanal, trabalham cerca de 36 milhões de pessoas, sem mencionar as famílias desses trabalhadores que experimentam desconforto e vulnerabilidade ligados aos riscos da profissão e a distância até mesmo por vários meses. Daí a importância desse Congresso Mundial para abordar os aspectos mais críticos que hoje ameaçam a vida dos marítimos" – frisou o Cardeal Veglió.

Segundo o presidente do dicastério vaticano, as "inovações tecnológicas nos navios nem sempre significam uma melhoria das condições de vida e trabalho dos marítimos. A isso se acrescentam, nos últimos anos, o abandono de navios, com suas tripulações em portos estrangeiros sem comida e recursos, além de abusos e explorações".

O cardeal ressaltou que "muitas expectativas estão sendo colocadas na nova Convenção da ONU sobre o trabalho marítimo, em vigor a partir de agosto do próximo ano. Trata-se um instrumento jurídico importante para a proteção das normas trabalhistas dos marítimos e a tutela dos armadores honestos. Espero que em breve seja ativada a Convenção sobre o trabalho dos pescadores assinada em 2007, mas à espera de ser ratificada por pelo menos 10 países, incluindo 8 costeiros".

"Trata-se de uma norma que visa eliminar da indústria de pesca os navios que obrigam os marítimos a condições de trabalho inaceitáveis e lesivas para a dignidade da pessoa humana" – disse ainda o purpurado.

Outro tema tratado no congresso será a pirataria marítima que acarreta um prejuízo anual de 10 a 15 bilhões de dólares. Além disso, aumentam a violência contra os reféns e o prolongamento da detenção, em média de 180 dias.

O congresso que se realiza logo após o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e a abertura do Ano da Fé "é um desafio para os capelães e voluntários do Apostolado do Mar que buscam responder aos problemas dos marítimos" - concluiu Dom Vegliò. (MJ)







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