Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI presidiu na manhã deste sábado,
na Basílica de S. Pedro, a Santa Missa em sufrágio dos Cardeais e Bispos que faleceram
no decorrer do ano.
Na homilia, o Pontífice afirmou que nos nossos corações
ainda está presente o clima do Dia de Finados. Em especial, a visita aos cemitérios
nos permitiu renovar o elo com as pessoas queridas que nos deixaram. Assim, os locais
da sepultura constituem uma espécie de assembleia, na qual os vivos encontram seus
mortos e com eles reforçam os vínculos de uma comunhão que a morte não pôde interromper.
“E aqui em Roma, nas catacumbas, sentimos, como em nenhum outro lugar, os elos profundos
com a antiga cristandade”, disse o Papa.
Mas como nós cristãos respondemos
à questão da morte?, questionou o Pontífice. Respondemos com a fé em Deus, com um
olhar de esperança sólida que se fundamenta na Morte e na Ressurreição de Jesus Cristo.
A morte, então, abre à vida, à vida eterna, que não é reprodução infinita do tempo
presente, mas algo completamente novo.
A fé nos diz que a verdadeira imortalidade
à qual aspiramos não é uma ideia, um conceito, mas uma relação de comunhão plena com
o Deus vivo: é o estar em suas mãos, no seu amor, e se tornar Nele uma só coisa com
todos os irmãos e irmãs que Ele criou e redimiu, com toda a criação.
Neste
clima de fé e de oração, disse o Papa, estamos reunidos em torno do altar para oferecer
o Sacrifício eucarístico em sufrágio dos Cardeais, dos Arcebispos e dos Bispos que,
durante o último ano, terminaram sua existência terrena.
De modo especial,
Bento XVI recordou os Cardeais John Patrick Foley, Anthony Bevilacqua, José Sánchez,
Ignace Moussa Daoud, Luis Aponte Martínez, Rodolfo Quezada Toruño, Eugênio de Araújo
Sales, Paul Shan Kuo-hsi, Carlo Maria Martini e Fortunato Baldelli.
Recordando
o testemunho desses irmãos, disse o Papa, podemos reconhecer neles “amigos do Senhor”,
“agentes de paz” que nas dificuldades e também nas perseguições mantiveram a alegria
da fé. Os Pastores que hoje recordamos, acrescentou, serviram a Igreja com fidelidade
e amor, enfrentando às vezes provas difíceis para garantir ao rebanho a eles confiado
atenção e cuidado. Na variedade de seus talentos, ofereceram uma contribuição preciosa
ao período pós-conciliar, tempo de renovação em toda a Igreja.
“À existência
humana do Filho de Deus se acrescenta a de sua Mãe Santíssima. Os nossos Irmãos Cardeais
e Bispos foram amados com predileção pela Virgem Maria e retribuíram seu amor com
devoção filial. Confiemos a ela suas almas. E nós elevamos a Deus a nossa oração por
eles, amparados pela esperança de nos encontrarmos todos juntos um dia, unidos para
sempre no Paraíso”, concluiu o Papa.