Brasília (RV) - Após a conclusão da 79º Reunião Ordinária do Conselho Permanente
(CP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Presidente da entidade,
Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira,
1º de novembro, em que apresentou um balanço dos trabalhos realizados nos três dias
do encontro, em Brasília (DF). Também estava presente o Secretário-geral, Dom Leonardo
Ulrich Steiner.
Dom Damasceno disse que os participantes da CP recordaram
o aniversário dos 60 anos da CNBB, “que tem procurado fazer uma caminhada conjunta
aprofundando a colegialidade e promovendo a unidade no trabalho de evangelização no
país”. Uma série de reportagens no site da entidade deverá fazer memória desta celebração.
Em
relação aos trabalhos, o cardeal revelou que ficou definida a pauta da 51ª Assembleia
Geral, que será realizada de 10 a 19 de abril de 2013, em Aparecida (SP). “Comunidades
de comunidade: uma nova paróquia” será o tema central do evento, que deverá realizar
também um aprofundamento da reflexão do Ano da Fé e a discussão final do Diretório
de Comunicação para a Igreja no Brasil.
Durante a reunião do CP, os bispos
tiveram a oportunidade de acompanhar a análise de conjuntura, apresentada pela Comissão
Brasileira de Justiça e Paz e pela assessoria política da entidade. Também receberam
duas visitas importantes: a da Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Tereza Campello, e do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovani d’Aniello.
Dom
Damasceno também destacou a ação da CNBB com a elaboração de um documento a respeito
da situação dos povos quilombolas e também na defesa dos territórios dos pescadores
artesanais. O cardeal destacou a importância da Campanha para a Evangelização, que
será realizada durante o período do Advento, com o slogan “evangeli-já”, que exorta
para a urgência do compromisso evangelizador.
Já o Secretário geral, Dom Leonardo
Steiner, destacou que há na CNBB uma comissão que acompanha o processo de discussão
da reforma do novo Código Penal brasileiro. “A proposta apresentada já começa com
a pena, e não há princípios fundamentais em vista da dignidade humana. Temos recebidos
as colaborações de diversas pastorais e especialistas. Acreditamos que é preciso considerar
que a realidade social é transformada pela educação, e é preciso oferecer horizontes.
É preciso investir nisso como forma de combater a violência”.
Em relação à
situação do povo Guarani-Kaiowá, Dom Leonardo destacou a preocupação do episcopado
brasileiro, que acompanha o caso através do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
“O governo tem dado passos, mas são ainda insuficientes para dar segurança para estes
povos. Terra para eles é cultura, moradia, tradição, vida, família, povo. Para eles,
terra significa as suas próprias raízes. É uma injustiça o que se está fazendo em
relação aos povos indígenas”. (SP-CNBB)