Havana (RV) - A Secretária geral do Caritas Cuba, Maritza Sánchez, assinalou
que levará anos a recuperação total do oriente da ilha destruído pelo Furacão Sandy
na semana passada, e indicou que apesar da adversidade, a Igreja continua fazendo
tudo o que pode para levar alívio e esperança aos milhares de danificados.
Em
comunicação com o grupo ACI, Sánchez explicou esta semana que “a situação continua
sendo muito difícil, sobretudo na cidade de Santiago de Cuba porque o dano foi muito
grande. O furacão praticamente devastou a cidade e todos seus municípios. Também parte
dos municípios do Guantánamo e mais ou menos sete municípios da província de Holguín”.
A representante da Caritas assinalou que além de uma alta percentagem de casas
danificadas, também resultaram afetadas as plantações de café, banana, entre outras,
assim como as comunicações, o serviço elétrico, indústrias e infraestruturas. “O exército
está intervindo, tentando limpar as ruas de muitos escombros (…). vai demorar tempo
para que se possa recuperar apesar do esforço. Recuperar-se de tudo levará anos”,
afirmou.
Maritza Sánchez disse também que resultaram danificados “90% dos templos
da Arquidiocese de Santiago de Cuba, assim como casas de religiosas e sacerdotes”.
“Nós, da Caritas estamos tentando ajudar, mas a verdade é que o estrago vai mais além
das nossas forças. Mas temos que fazer tudo o que for possível para tentar aliviar
o sofrimento e dar esperança às pessoas e esse é o objetivo de nossa intervenção agora”,
afirmou.
Nesse sentido, disse que embora o protagonista principal no processo
de assistência seja o Estado, a Igreja está atuando até onde pode e por isso busca
“obter uma colaboração oficial com as estruturas do Estado para poder ampliar nossa
ação. Ou seja, precisamos que nos autorizem a importar, que possamos entrar em um
trabalho conjunto com as estruturas do Estado a diferentes níveis para ter um alcance
maior e procurar também sustentabilidade nas nossas intervenções, mas isso ainda estamos
tentando conseguir”, explicou.
Sobre os sacerdotes, Sánchez disse que cada
um está identificando “quais são as famílias mais afetadas e é através deles que estamos
levando ajuda. Em alguns destes lugares se organizaram cozinhas muito precárias para
atender os casos mais críticos”. Além disso, a Pastoral Juvenil está ajudando a retirar
os escombros. A secretária geral da Caritas Cuba disse que já receberam ajuda financeira
dos Estados Unidos e da Suíça, além de um oferecimento da Alemanha. (SP)