Tóquio (RV)
- Amigos e amigas que ouvem o Programa Brasileiro, tenho o prazer de saudá-los mais
uma vez, desejando-lhes paz.
Voltando aos tempos de criança ainda lembro quando
meus pais diziam que, em determinado lugar morava o bicho papão ou havia um mostro
assustador com a finalidade que não nos aproximássemos dele por representar algum
perigo. Sem ter visto o bicho feio, até admitíamos sua existência, fixando-nos nas
informações paternas. Isso não queria dizer que evitássemos de perguntar: O que é
um monstro? Como posso vê-lo? Onde ele vive? E por que devo temê-lo? O fato é que
o folclore é o terreno fértil para os monstros. Mesmo em sociedades altamente desenvolvidas,como
a japonesa, admite-se sua existência. Um detalhe importante é notar que os monstros
estão sempre relacionados com animais conhecidos e até estimados. É o caso do Bakeneko,
o “Gato Monstro” do Japão. É um gato que adquire habilidades sobrenaturais que podem
agir de forma benévola ou malévola sobre os seres humanos.
O gato pode transformar-se
em monstro, Bakeneko de diversas maneiras: virando adulto; sendo mantido em cativeiro
por diversos anos; evoluindo até atingir certo tamanho ou desenvolvendo uma cauda
muito grande.
Neste último caso, o crescimento da cauda pode exagerar, dividindo-se
ao meio, ampliando incrivelmente seus poderes. Neste caso ele até muda de nome. É
chamado “Nekomata”, gato dividido. Por isso se diz que para evitar que um gato se
transforme em “Nekomata” é melhor cortar seu rabo logo, antes que seja tarde demais.
O
Bakeneko pode assombrar qualquer pessoa na casa onde for mantido. Com seus poderes
mágicos cria fogos fantasmagóricos, causa pesadelos, anda sobre duas pernas como um
ser humano, chegando até a devorar seu dono para ocupar seu lugar. É um perigo se
entrar na sala onde haja um cadáver. Acredita-se que ele vai reavivar o corpo se pular
sobre ele. Existe a concepção de que ele pode até conjurar tempestades.
Apesar
do aspecto negativo, nem todos os Bakenekos são maus. Existem histórias de fidelidade
ao seus donos. Uma vez bem tratados, jamais se deve decepcioná-los. Se isso acontecer
eles podem ser altamente vingativos. Assim, por exemplo, uma jovem que o tenha tratado
muito bem, mas encontre o príncipe encantado, corre o risco de ser destruída, pois
o ciúme toma conta do bicho.
Os monstros gostam de lugares escuros e misteriosos.
Por isso entendemos as palavras do Mestre: «Eu sou a luz do mundo; quem me segue,
de modo nenhum andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida.» (João 8:1)
Missionário
Pe. Olmes Milani CS
Do Japão para a Rádio Vaticano